Mitsubishi Colt 1.0 MPI-T Launch Edition… ADN gaulês com logótipo nipónico

Nesta que é a sétima geração do Mitsubishi Colt, o construtor nipónico recorreu às sinergias decorrentes da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi para permitir um novo Colt, porventura o melhor de sempre deste modelo da marca dos três diamantes, mesmo sabendo, ou até por isso mesmo, que estamos perante um modelo que resultou da adaptação do bem sucedido Renault Clio, um automóvel bem conhecido e claramente um dos best-sellers no mercado. E cumprindo a máxima de que em equipa que ganha não se mexe (ou mexe-se muito pouco), o Colt ganhou as virtudes e um ou outro defeito do Clio, para um resultado global final francamente positivo.

Na primeira aproximação que fizemos ao Mitsubishi Colt rapidamente nos demos conta dos detalhes da grelha dianteira, onde alguns pormenores afastam este modelo do original e procuram ir ao encontro de outras propostas da Mitsubishi. Falamos em concreto dos pormenores cromados que enquadram os conjuntos ópticos, próximos do que a marca já usou para o ASX, curiosamente outro “adaptado” no construtor nipónico.

E se à frente os cromados na grelha a enquadrarem os conjuntos ópticos e o logótipo da Mitsubishi dão uma identidade própria ao novo Colt, na retaguarda o destaque vai para o nome da própria Mitsubishi, escrito a negro com as letras a marcarem toda a secção traseira, apenas a partilharem espaço com a câmara de ajuda ao estacionamento.

Porque estamos perante a versão mais equipada da gama, apelidada pela Mitsubishi de Launch Edition, encontramos neste Colt jantes de liga leve com 17” de diâmetro, o spoiler traseiro em preto metalizado e, na mesma cor, a antena do tejadilho tipo barbatana. Depois, alguns logotipos estrategicamente colocados não deixam qualquer dúvida quanto ao facto de estamos mesmo perante o Mitsubishi Colt na sua Launch Edition.

Habitáculo equipado, conectado
e com bons materiais

A bordo desta nova proposta da marca dos três diamantes encontramos um ambiente cativante, onde a conectividade bem presente nos permite rapidamente estarmos “em casa”. Uma vez mais, as referências ao bem conhecido Clio surgem presentes de forma marcada, a começar pelos comandos do rádio e do som a bordo, fora das posições de comando no volante mas antes num “satélite” próprio preso à coluna da direção, bem ao estilo que a Renault propõe nos seus diversos modelos. Afinal, se no construtor francês achamos que esta é uma solução já por demais ultrapassada, mantemos a mesma ideia achando que a Mitsubishi deveria ter encontrado outra solução para este comando.

Equipamento à parte, com a listagem de itens particularmente preenchida, verificamos como algo tão importante quanto agradável o espaço interior a bordo deste modelo, seja para quem viaja à frente, ao volante ou no lugar do pendura, seja mesmo para quem segue no banco traseiro. E se acha que isto implica retirar espaço na bagageira, desengane-se já que estamos perante um utilitário com uma mala com 340 litros de capacidade, em linha com o que é proposto neste segmento.

Bem sentados ao volante – a posição de condução é fácil de encontrar neste Mitsubishi Colt –, ficamos com todo um manancial de informação permitido pelo painel digital, mas também pelo ecrã central de 7” onde as diversas operações estão à distância de um toque. E se no exterior já tínhamos visto as diversas indicações da edição especial deste Colt, também no habitáculo encontramos a indicação “Launch Edition”, a acompanhar alguns materiais mais cuidados e mais suaves ao toque.

O telemóvel que transportamos no bolso é conectado rapidamente a todo o sistema entretenimento do Colt, sem precisarmos de qualquer ligação por fios, e podemos ainda utilizar a base de carregamento por indução ficando livres para qualquer outra utilização as duas portas USB. Perante tudo isto, podemos pressionar o botão de arranque, ouvindo-se o motor a gasolina com três cilindros e 1,0 l, apelidado de 1.0 MPI-T, com uma potência de 90 cv e 160 Nm de binário associado a uma caixa manual de seis velocidades.

Motor de três cilindros 1.0 com 90 cv

Este motor não é propriamente um portento em termos de performances, mas consegue ter uma relação de prestação/consumo/conforto particularmente interessante num automóvel com um comportamento dinâmico positivo, permitido pelo chassis do Clio sobejamente testado e aprovado ao serviço da casa-mãe francesa.

Cereja no topo do bolo deste modelo agora apresentado pela Mitsubishi será permitida pelos níveis de consumo, segundo a marca na casa dos 5,2 l/100km e o preço de 22.608 euros, um valor correspondente ao facto de estarmos perante a versão mais equipada do novo Colt. No teste realizado pelo LusoMotores, e após pouco mais de três centenas de quilómetros, não conseguimos baixar dos 6,1 litros a cada 10 quilómetros, mas teremos sido penalizados por alguns troços de auto-estrada onde circulámos mais próximos dos limites.

Ficou ainda assim uma impressão particularmente agradável deste Mitsubishi Colt no final do nosso ensaio, um modelo com ADN gaulês permitido por uma construção eficiente e mais do que (a)provada, agora com o logótipo nipónico dos três diamantes de uma marca que quer garantir o seu quinhão de espaço de qualidade no mercado automóvel europeu onde a concorrência é feroz, mesmo entre parceiros das mesmas alianças. A variante Launch Edition, com todo o equipamento disponível, ajuda à impressão positiva, sendo certo que, equipamento à parte, a qualidade está lá bem presente.

ensaio: Jorge Reis