Depois de ter largado da 17ª posição da grelha de partida, após ter ficado de fora na Q3 na qualificação e ter sofrido uma penalização por ter trocado de motor no seu Red Bull, e numa corrida feita à chuva, com vários safety-cars em pista e interrompida uma vez com uma bandeira vermelha, o tricampeão Max Verstappen acabou por vencer o Grande Prémio do Brasil em Fórmula 1, no circuito de Interlagos, com uma prestação brilhante que lhe permitiu reforçar a liderança no Mundial de Pilotos quando faltam apenas quatro provas para o final do campeonato.
Já o britânico Lando Norris, da McLaren, depois de ter ganho a sprint realizada no sábado e ter largado este domingo da pole position, não justificou as expectativas e teve que se contentar com o sexto lugar, numa corrida em que a Alpine garantiu uma dobradinha no pódio, com Esteban Ocon e Pierre Gasly, respectivamente nos segundo e terceiros lugares da classificação final deste Grande Prémio. Max Verstappen acabou assim por ser o grande destaque nesta prova em São Paulo, com uma recuperação fantástica que lhe permitiu saltar da 17ª posição inicial para a vitória na bandeirada de xadrez, um triunfo que lhe poderá valer já em Las Vegas, no próximo GP dos Estados Unidos, a conquista do tetra campeonato de Fórmula 1.
Numa prova peculiar, desde logo pela presença quase constante da pista sobre o circuito de Interlagos, que obrigou inclusivamente a que a qualificação tivesse sido feita este domingo de manhã já que na véspera não houve condições para secar a pista em face da muita chuva que caiu em Interlagos, Max Verstappen conquistou uma das melhores vitórias da sua carreira, passando a somar 62 triunfos na Fórmula 1, oito dos quais na presente temporada.
Já em relação à Alpine, a sua prestação é igualmente digna de destaque, isto porque com a presença no pódio de Esteban Ocon em segundo lugar e Pierre Gasly em terceiro, a Alpine garantiu um salto substancial no campeonato de construtores, fruto da prestação dos seus dois pilotos. Aliás, a última vez que dois franceses terminaram entre os três primeiros foi no Grande Prémio de Espanha de 1997, quando Olivier Panis (Prost-Mugen Honda) ficou em segundo e Jean Alesi (Benetton-Renault) em terceiro, logo atrás do canadiano Jacques Villeneuve (Williams-Renault).
O Grande Prémio do Brasil, no que diz respeito à actividade em pista neste domingo, acabou por começar bem cedo, logo às 7h30, hora local, com a qualificação, adiada na véspera devido às condições meteorológicas adversas. Só que tal como no sábado, a chuva voltou a querer fazer parte da corrida e impediu a utilização de pneus para piso seco, tendo os pilotos começado a qualificação com os pneus de chuva, deixando os intermédios para a fase final de sessão. Esta acabaria por ser interrompida cinco vezes devido a incidentes, prolongando-se por quase 1 hora e 45 minutos, com a intensidade da chuva a variar ao longo da prova.
A própria corrida acabou reagendada para as 12h30 e, além de ter sido interrompida a meio por uma bandeira vermelha devido à chuva intensa que reduziu drasticamente a visibilidade, contou ainda com algumas intervenções do Safety Car. Durante as 69 voltas (a distância da corrida foi reduzida em duas voltas devido a dois procedimentos de arranque abortados), os incidentes prosseguiram, com várias saídas de pista e nem todas muito pacíficas, havendo pilotos que simplesmente destruíram os seus monolugares nas barreira da pista de Interlagos. Foi o caso de Carlos Sainz e Franco Colapinto, numa corrida em que também Hulkenberg foi desclassificado por ter regressado à corrida com o apoio dos comissários, que empurraram o seu Hass, tendo abandonado também Alex Albon e Lance Stroll.
A propósito de Franco Colapinto, a prestação do piloto argentino acabou prejudicada este final de semana por vários factores, isto porque foi a primeira corrida em que teve que alinhar sob condições climatéricas francamente adversas, correu menos de 48 horas depois de ter conhecimento que tinha falecido o seu avô, desconhece para já qual será o seu futuro pois desconhece-se se terá ou não alguma vaga da grelha para a próxima temporada e teve ainda a pressão acrescida de ter levado até Interlagos largas centenas de argentinos que esperavam dele a melhor prestação neste Grande Prémio do Brasil, uma pressão suplementar que não terá permitido a este jovem piloto a melhor prestação levando-o mesmo a errar e a ficar fora da corrida.
Refira-se que este Grande Prémio do Brasil serviu uma vez mais para recordar Ayrton Senna, no trigésimo aniversário da sua trágica morte em Imola, tendo a Pirelli permitido uma edição especial do Pole Position Award, entregue a Lando Norris pela sobrinha de Ayrton, Bianca Senna, diretora do instituto que leva o nome do piloto, bem como com uma versão especial do icónico boné de pódio. Ambos os itens luziam as cores verde e dourada da bandeira brasileira, juntamente com o logótipo de Senna. Bianca é filha da irmã do tricampeão mundial, Viviane, que fundou a organização sem fins lucrativos dedicada ao apoio a projetos educacionais para crianças e adolescentes brasileiros, há mais de trinta anos.
Ainda em termos de homenagens, o britânico Lewis Hamilton pôde rodar este fim-de-semana no traçado do circuito de Interlagos com o McLaren de Senna, algo que Hamilton disse ter permitido uma emoção única, tendo deixado uma palavra de agradecimento por tal distinção, e ao mesmo tempo de homenagem ao seu ídolo Ayrton Senna da Silva.
De volta à competição, neste Grande Prémio do Brasil em F1, a vitória de Max Verstappen veio consolidar a liderança do piloto neerlandês no Mundial de Pilotos, quase arredando Lando Norris, ainda que não para já matematicamente, da corrida pelo título de Campeão do Mundo, cada vez mais próximo de ser conquistado pela quarta vez por Verstappen. Norris, que partiu da pole, nunca conseguiu a melhor prestação do seu McLaren que mostrou sentir falta do DRS, algo que não foi possível ser usado nesta prova por ser disputada à chuva, o que não permitiu a melhor prestação do monologar papaia nas retas onde a velocidade de ponta raramente conseguiu ser a melhor para os carros da McLaren.
Ao invés, a corrida de Max Verstappen revelou-se quase irrepreensível, com ultrapassagens arrojadas em face das condições da pista, e com constantes voltas mais rápidas ao longo da prova. Para que se tenha uma ideia de como Verstappen correu durante esta prova em Interlagos, o piloto neerlandês somou um total de 17 voltas mais rápidas, acabando por isso justamente como o vencedor deste Grande Prémio do Brasil.
Confira entretanto com o LusoMotores a classificação final desta que foi a vigésima corrida do calendário do Mundial de Fórmula 1 da presente temporada no traçado de Interlagos em São Paulo, Brasil.
POS | PILOTO | CARRO | TEMPO |
---|---|---|---|
1 | Max Verstappen | Red Bull | 2h06m54s430 |
2 | Esteban Ocon | Alpine | +19s477 |
3 | Pierre Gasly | Alpine | +22s532 |
4 | George Russell | Mercedes | +23s265 |
5 | Charles Leclerc | Ferrari | +30s177 |
6 | Lando Norris | McLaren | +31s372 |
7 | Yuki Tsunoda | RB | +42s056 |
8 | Oscar Piastri | McLaren | +44s943 |
9 | Liam Lawson | RB | +50s452 |
10 | Lewis Hamilton | Mercedes | +50s753 |
11 | Sergio Perez | Red Bull | +51s531 |
12 | Oliver Bearman | Haas | +57s085 |
13 | Valtteri Bottas | Sauber | +1m03s588 |
14 | Fernando Alonso | Aston Martin | +1m18s049 |
15 | Zhou Guanyu | Sauber | +1m19s649 |
NC | Carlos Sainz | Ferrari | DESPISTE |
NC | Franco Colapinto | Williams | DESPISTE |
NC | Alexander Albon | Williams | ABAND. |
NC | Lance Stroll | Aston Martin | ABAND. |
DESC. | Nico Hulkenberg | Haas | DESC. |
Depois deste Grande Prémio do Brasil, o neerlandês e tricampeão do Mundo de Fórmula 1, Max Verstappen, consolidou a liderança do Mundial, estando cada vez mais próximo de garantir o tetracampeonato, o que poderá acontecer já em Las Vegas, por exemplo, se vencer naquele traçado e se Lando Norris terminar fora dos pontos. Confira como estão as contas do Mundial de Pilotos de F1…
POS | PILOTO | PAÍS | CARRO | PTS |
---|---|---|---|---|
1 | Max Verstappen | NED | Red Bull | 393 |
2 | Lando Norris | GBR | McLaren | 331 |
3 | Charles Leclerc | MON | Ferrari | 307 |
4 | Oscar Piastri | AUS | McLaren | 262 |
5 | Carlos Sainz | ESP | Ferrari | 244 |
6 | George Russell | GBR | Mercedes | 192 |
7 | Lewis Hamilton | GBR | Mercedes | 190 |
8 | Sergio Perez | MEX | Red Bull | 151 |
9 | Fernando Alonso | ESP | Aston Martin | 62 |
10 | Nico Hulkenberg | GER | Haas | 31 |
11 | Yuki Tsunoda | JPN | RB | 28 |
12 | Pierre Gasly | FRA | Alpine | 26 |
13 | Lance Stroll | CAN | Aston Martin | 24 |
14 | Esteban Ocon | FRA | Alpine | 23 |
15 | Kevin Magnussen | DEN | Haas | 14 |
16 | Alexander Albon | THA | Williams | 12 |
17 | Daniel Ricciardo | AUS | RB | 12 |
18 | Oliver Bearman | GBR | Haas | 7 |
19 | Franco Colapinto | ARG | Williams | 5 |
20 | Liam Lawson | NZL | RB | 4 |
21 | Zhou Guanyu | CHN | Sauber | 0 |
22 | Logan Sargeant | USA | Williams | 0 |
23 | Valtteri Bottas | FIN | Sauber | 0 |
Por fim, e no que diz respeito à classificação do Mundial de Construtores, a McLaren, perante a quase impossibilidade matemática de Lando Norris conseguir chegar ao triunfo do Mundial de Pilotos, poderá mudar a sua estratégia para passar a garantir as melhores posições nos próximos grandes prémios para os seus dois pilotos, Lando Norris e Oscar Piastri, independente da ordem em que estes terminem, procurando apenas que ambos terminem na frente dos homens da Ferrari, isto porque é a escuderia italiana que surge como a mais direta adversária da McLaren na luta pelo títulos de Construtores.
POS | EQUIPA | PTS |
---|---|---|
1 | McLaren Mercedes | 593 |
2 | Ferrari | 557 |
3 | Red Bull Racing Honda RBPT | 544 |
4 | Mercedes | 382 |
5 | Aston Martin Aramco Mercedes | 86 |
6 | Alpine Renault | 49 |
7 | Haas Ferrari | 46 |
8 | RB Honda RBPT | 44 |
9 | Williams Mercedes | 17 |
10 | Kick Sauber Ferrari | 0 |