smart #1… mobilidade urbana em forma de SUV

Se há marca automóvel que passou por uma metamorfose no conceito que preside aos seus modelos, essa marca é, sem dúvida, a smart, cujo modelo de bandeira, o pequeno Fortwo, desapareceu das propostas comerciais para dar lugar a um SUV, o smart #1. Estamos agora perante um modelo que representa uma nova era para a marca que, após anos de produção de veículos urbanos bem mais compactos, resolveu agora apostar num modelo totalmente elétrico e com uma abordagem mais robusta.

O LusoMotores saiu para a estrada ao volante do smart #1, e fê-lo logo na variante Brabus, modelo mais “aguerrido” pela sua capacidade e claramente mais divertido de conduzir, algo que fizemos num ensaio que nos permitiu ficar com uma ideia fundamentada sobre a realidade deste modelo. Encontrámos um SUV elétrico que combina o espírito inovador da smart com as exigências modernas de mobilidade sustentável, com uma autonomia acima dos 400 quilómetros, 428 cv de potência máxima e uma capacidade de aceleração dos 0 aos 100 km/h em 3,9 segundos.

Mas comecemos pelo início… é que antes mesmo de nos sentarmos ao volante damos conta do design atraente que preside às linhas do smart #1, o qual se destaca pela sua imagem contemporânea e arrojada, com linhas elegantes e uma estética que se distingue no panorama automóvel. A sua aparência moderna e desportiva capta a atenção e oferece uma imagem fresca, ideal para o consumidor urbano.

Já dentro do habitáculo, encontramos um ambiente tecnologicamente avançado, num automóvel equipado com um sistema de infotainment de última geração, oferecendo uma conectividade total e permitindo com isso que os condutores permaneçam ligados enquanto desfrutam da sua viagem. Com uma interface intuitiva e integração com smartphones, seja sistema operativo Android ou IOS, a experiência a bordo é enriquecida por funcionalidades modernas.

E porque se trata de um modelo automóvel totalmente elétrico, o smart #1 faz parte da transição para uma mobilidade mais sustentável. Por causa disso mesmo, o uso de materiais recicláveis e a eficiência energética são características que se alinham com a crescente preocupação ambiental dos consumidores e encontram um perfeito acolhimento na oferta deste modelo da smart.

A juntar a tudo isto, não podemos contornar o facto de estarmos perante a variante deste modelo trabalhada pela Brabus, conhecida empresa alemã especializada em transformações de alto desempenho, nomeadamente de modelos da Mercedes-Benz e da smart, que aposta na personalização e refinamento de automóveis, capaz de os elevar a um novo patamar de luxo, performance e exclusividade. Sem exageros nem ostentação, a verdade é que o smart #1 Brabus ganha requinte mas também dinamismo.

Afinal, da Brabus podemos esperar motores otimizados, desempenhos melhorados também ao nível da suspensão, travões e e aerodinâmica, resultando o pacote final num modelo capaz de permitir uma experiência de condução mais desportiva e emocionante. E na prática, este smart #1 Brabus não desilude, apresentando-se como um modelo requintado, com bons materiais e melhores acabamentos, num modelo em que fica evidente o interior agradável em que a tecnologia surge intuitiva e disponível para uma conectividade total pronta a responder às necessidades do condutor e passageiros.

Num modelo com um comprimento de 4,27 metros, apresentando ainda uma largura de 1,82 metros e altura de 1,64 metros, permite uma habitabilidade particularmente elevada para o que contribui a distância entre eixos de 2,75 metros.

Depois do ensaio realizado ficou clara a convicção de que a smart procurou (e conseguiu) criar através deste #1 um SUV capaz de atrair uma nova geração de condutores que valorizam a eficiência e a tecnologia, mas também o conforto e uma boa resposta dinâmica. Curiosamente, a unidade testada pelo LusoMotores deixou a ideia de permitir alguma tendência de sobreviragem perante condições de piso mais escorregadio perante as primeiras chuvas, quando a traseira do automóvel tende a ganhar vida própria e a querer “ir embora”.

E se é verdade que esse comportamento pode resultar de uma aceleração excessiva em curva ou uma travagem mais brusca, o peso da frente do carro e a suspensão mais rígida acabam por ser factores externos ao condutor que podem facilitar aquele comportamento, o qual obriga a uma condução preventiva ou, perante a eventual redução da aderência das rodas traseiras, pode requerer alguma correcção de trajectória virando ligeiramente a direção para o lado exterior da curva, sempre com tranquilidade e sem sobressaltos.

Surpresas menos agradáveis à parte, o comportamento em geral deste smart #1 revelou-se sempre divertido e previsível, para uma condução agradável e precisa. E no final do ensaio, é claro que foi preciso recarregar a bateria do smart #1, uma operação realizada a partir dos 10% até aos 80% em cerca de meia-hora com recurso a um carregador rápido de 150 kW (DC). Ainda assim, se utilizar um wallbox trifásico de 22 kW, eventualmente disponível numa garagem doméstica, conseguirá ter a bateria do seu #1 carregada em cerca de três horas.

Características:

• Conectividade Wireless:  Apple CarPlay / Android Auto
• Motor:
  Potência: 428 cavalos
  Binário: 543 Nm
  Aceleração (0-100 km/h): 3.9 segundos
  Velocidade máxima: 180 km/h
• Bateria: 66 kWh
  Autonomia: 440 km
• Medidas:
  Comprimento: 4300 mm
  Altura: 1636 mm
  Largura: 2025 mm
  Capacidade da bagageira: 313 L
• Peso: 1900kg
• Preço: 48.450 Euros

Espaço e conforto dignos
de um SUV premium

Quem conhece o pequeno smart Fortwo sabe que, não obstante tratar-se de um modelo automóvel efectivamente pequeno em dimensões, permitia um considerável espaço para os seus dois ocupantes. Não admira por isso que este smart #1 siga a norma do seu antecessor e se destaque no espaço e no conforto que permite no seu interior, agora não para dois mas para quatro ocupantes, num habitáculo surpreendentemente espaçoso e confortável.

A bordo deste #1, os passageiros desfrutam de um bom espaço para as pernas e uma cabine bem equipada, tornando-o uma opção prática para viagens urbanas ou mesmo incursões em estrada, ainda que estas obriguem desde logo numa maior gestão da autonomia já que ritmos mais desportivos na condução resultam naturalmente numa quebra da autonomia de um veículo pensado prioritariamente para uma mobilidade mais urbana.

Outra questão a ter em conta na aposta do smart #1 tem a ver com o seu posicionamento em termos de preço. Afinal de contas, estamos mesmo perante um SUV premium, com a genética transmitida pela Daimler e pela Geely que o colocam com um preço num patamar mais elevado, transformando a sua compra num investimento significativo para alguns consumidores, especialmente quando comparado a outras opções elétricas que oferecem maior autonomia e desempenho a um preço semelhante.

Ainda assim, este smart #1 veio dar outra capacidade de resposta a uma marca que começou a sua jornada com o icónico modelo smart Fortwo e que tem vindo a evoluir ao longo dos anos, respondendo à necessidade de se adaptar às novas tendências de mobilidade e à crescente demanda por veículos elétricos.

Estamos assim com este smart #1 perante um modelo que permitiu à marca dar um passo significativo na sua transformação, aproveitando a crescente popularidade dos SUV e a mudança do mercado automóvel em direção à eletrificação. E olhando às conclusões do nosso ensaio, o #1 revelou-se uma proposta interessante para os condutores urbanos que buscam um veículo elétrico estiloso e eficiente, com uma abordagem moderna e em que fica evidente o compromisso com a sustentabilidade, factores que fazem deste modelo uma opção a considerar na crescente oferta de veículos elétricos no mercado.

Se com tudo isto lhe despertámos o interesse em pelo menos avançar para um testdrive ao volante de um smart #1 não deixe de o fazer e já agora lançamos-lhe desde já uma questão a que poderá responder no final do seu ensaio: gostou mais de ter como companhia nos quilómetros feitos ao volante deste smart a chita ou a raposa? Nós optámos pela raposa, mas faça o devido ensaio e irá saber você mesmo responder a esta divertida questão.

ensaio: Jorge Reis / LusoMotores