O smart #3 é um modelo que marca a continuidade da evolução da marca, consolidando a transição para veículos cem por cento elétricos e ampliando a oferta de modelos com um design e funcionalidades mais arrojados. Este SUV compacto reflete a nova abordagem da smart, que busca atender às necessidades de um público urbano cada vez mais exigente, que valoriza tanto a eficiência como a tecnologia.
Depois de termos conhecido o smart #1, num ensaio já publicado aqui no LusoMotores, avançámos agora com novo ensaio, desta feita a este #3, na variante de equipamento Premium, um modelo com uma imagem mais desportiva, como sempre a cargo da equipa de design global da Mercedes-Benz, e que mantém a aposta na conectividade como um dos tópicos principais no seu desenvolvimento.
Entre os pontos positivos do smart #3, modelo que se apresenta como um modelo premium no formato SUV coupé, destaca-se pelo seu design moderno e desportivo, que capta a atenção e se distingue no panorama automóvel contemporâneo. Com linhas fluidas e uma aparência robusta, o smart #3 projeta uma imagem de inovação e dinamismo, atraindo condutores que procuram um veículo que não só seja prático, mas também visualmente apelativo.
Para ajudar à imagem desportiva, a adopção das jantes de 19 polegadas (20 polegadas na variante Brabus deste modelo) revela-se também por aqui particularmente agradável à vista, num automóvel de tração traseira capaz de debitar uma potência de 200 kW (272 cv), para uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em 5,8 segundos.
No que diz respeito à tecnologia, o smart #3 vem equipado com um sistema de infoentretenimento avançado, que oferece conectividade total e uma interface intuitiva. A integração com smartphones, seja o sistema operativo Android ou IOS, e a disponibilidade de diversos aplicativos tornam a experiência de condução mais enriquecedora e conectada, alinhando-se com as expectativas dos consumidores modernos. Além disso, sendo um veículo totalmente elétrico, o smart #3 contribui para a mobilidade sustentável, utilizando materiais recicláveis e promovendo uma utilização eficiente da energia, um aspeto cada vez mais valorizado.
Espaço e conforto
o quanto baste!
E se a smart sempre impressionou nos seus modelos automóveis pelo espaço interior, essa realidade mantém-se aqui neste smart #3, sem dúvida capaz de oferecer um habitáculo surpreendentemente espaçoso e confortável, ideal para o uso urbano.
Para os passageiros, o espaço para as pernas é o suficiente, mesmo sendo este modelo um coupé, dotado de um habitáculo bem equipado para um veículo que se enquadra de forma prática perante as necessidades de viagens mais curtas e deslocações diárias, permitindo a smart com este #3 uma boa proposta com espaço, conforto e sentido prático na utilização.
Sendo este modelo da responsabilidade da já referida equipa de design global da Mercedes-Benz, não se podem ignorar as mudanças na marca, adoptando este smart #3 a plataforma SEA da Geely, resultando num automóvel com um comprimento de 4400 mm e uma distância entre eixos de 2785 mm, medidas que transformam este smart no maior modelo de sempre da marca. E já que falamos em medidas, há que dar conta da capacidade da bagageira, com 370 litros, havendo ainda a considerar o espaço sob o capô com 15 litros de capacidade, onde, para além de outras utilizações, pode ser usado para guardar o cabo de carregamento.
É claro que nem tudo são rosas, ou quando são torna-se inevitável encontrar alguns espinhos, pelo que o smart #3 também apresenta alguns pontos menos positivos.
A autonomia, embora melhorada em comparação com os modelos anteriores da marca, ainda pode ser considerada limitada para condutores que realizam longas distâncias, obrigando a uma gestão mais cuidadosa do carregamento, especialmente na antecipação de viagens mais longas. Além disso, o desempenho do smart #3, embora adequado para a condução urbana, pode não satisfazer aqueles que procuram uma experiência de condução mais dinâmica e desportiva, já que a aceleração e a velocidade máxima são projetadas para um uso mais prático.
Opção por um premium
também tem o seu preço
Outro aspeto a considerar é o custo da aquisição deste modelo automóvel. O smart #3, disponível na variante Pro+ por um preço base de 42.950 euros, podendo ser adquirido através da liquidação de uma renda mensal de 392,29 euros através de um contrato de renting com a Ayvens. Se a opção do cliente da smart apontar para a variante Premium terá que pagar mais três mil euros (45.950 €), subindo a fasquia para os 50.450 euros se equacionarmos o smart #3 Brabus. Estamos assim perante valores que podem ser vistos como um investimento significativo, especialmente se compararmos com outras opções elétricas que oferecem maior autonomia e desempenho em faixas de preço semelhantes.
Referência para o facto da velocidade máxima do smart #3 ser limitada eletronicamente aos 180 km/h, num automóvel cem por cento elétrico com uma autonomia até aos 415 quilómetros permitida pela bateria NCM (níquel, cobalto e manganês) de 66 kWh de capacidade.
E já que falamos em bateria, encontrámos neste smart #3 um modelo equipado com tecnologia de carregamento em corrente contínua (DC) com desempenho até 150 kW/h, sendo capaz de carregar dos 10 aos 80% da carga em menos de meia-hora quando recorremos a carregadores rápidos. Já com o recurso a uma wallbox (AC) de 22 kW, precisamos de cerca de três horas para conseguir um carregamento idêntico.
Enquadrando a realidade da smart, a marca tem vindo a evoluir desde a sua origem com o icónico modelo smart fortwo, enfrentando os diversos desafios ao longo do tempo. A transição para veículos 100% elétricos representa uma resposta às novas tendências de mobilidade e à crescente demanda por soluções sustentáveis, e, a julgar pelo que pudemos comprovar na unidade testada, o smart #3 mostra a capacidade da marca em reforçar o compromisso com a inovação e a eletrificação, apostando num design moderno e numa oferta que se alinha com as necessidades do consumidor urbano contemporâneo.
Ficha técnica (Valores aproximados):
- Motor: Elétrico
- Potência: 102 cv
- Potência de Carregamento AC: 22 kw
- Autonomia WLTP: 415 km
- Bateria: NCM (Níquel-cobalto-manganês)
- Capacidade da bateria: 66 kWh
- Aceleração 0-100 km/h: 5,8 segundos
- Velocidade máxima: 180 Km/h (limitada electronicamente)
- Tempo de Carregamento: DC 30 min 10-80% (150kW)
Em suma, o smart #3 representa uma evolução significativa para a marca, oferecendo uma proposta interessante para quem busca um SUV elétrico, ‘estiloso’ e eficiente. Apesar de algumas limitações, a combinação de design, tecnologia e compromisso com a sustentabilidade torna-o uma opção a considerar no crescente mercado de veículos elétricos, aqui num modelo que permite um bom espaço interior e que corta em absoluto com a imagem do passado dominada pelo modelo fortwo.
A transição da smart, que tradicionalmente se associava ao icónico modelo fortwo, para a nova linha de SUV, com o smart #1 e agora com este smart #3 aqui testado pelo LusoMotores — mais tarde irá surgir o smart #5 já apresentado na Austrália e que irá chegar no próximo ano de 2025 —, representa uma mudança significativa na identidade da marca que avança para o segmento dos SUV, permitindo à smart ampliar o seu público-alvo. Afinal de contas, os SUV são atualmente uma das categorias de veículos mais populares, e ao entrar nesse segmento, a smart aumenta a capacidade de atrair um maior número de consumidores que procuram veículos familiares e versáteis, em vez de se limitarem a um nicho específico de carros urbanos compactos.
A aposta num design próprio de um SUV permite à smart competir mais diretamente com outros fabricantes que já dominam o mercado de veículos elétricos. Essa realidade permite à marca ambicionar com o aumento nas vendas e na visibilidade da marca, especialmente quando temos em conta um mercado em crescimento como o dos veículos elétricos.
Quebrar com linha de modelos práticos
e urbanos tem custos e benefícios
Para alguns clientes mais antigos da smart, habituados à imagem do icónico Fortwo, a mudança da linha dos modelos da marca indo ao encontro da aposta nos SUV pode resultar na percepção mais diluída da identidade da marca, podendo haver quem entenda que a singularidade e a praticidade dos pequenos veículos urbanos foram agora perdidas. Contudo, em face da crescente procura SUV elétricos no mercado, a smart poderá encontrar com as novas propostas um caminho para se destacar entre a concorrência, ainda que diferenciar os seus modelos num segmento saturado possa ser um desafio.
Haverá, por outro lado, quem entenda a marca smart como tradicionalmente ligada a veículos compactos e ágeis e não esteja disposto a apostar nos novos modelos, podendo a smart ser penalizada por seguir uma tendência do mercado no sentido nos SUV, por alguns apontada como menos inovadora e mais alinhada com as práticas globais do setor automóvel. A verdade é que a smart acaba por cortar com um posicionamento que lhe permitia ser entendida pelo mercado como uma marca única em soluções para mobilidade urbana, mas passa a ter respostas para aquilo que a maioria dos potenciais clientes procuram hoje em dia.
Em resumo, a decisão da smart de cortar com a imagem do passado dominada pelo modelo Fortwo e adotar o formato SUV para os seus modelos pode ser um fator positivo para o desenvolvimento da marca, desde que a empresa consiga manter uma identidade forte e diferenciada, além de atender às expectativas dos consumidores modernos. A chave para o sucesso estará na capacidade da smart de equilibrar sua nova direção com o legado que a tornou famosa, criando veículos que não só atendam às necessidades práticas dos condutores, mas que também preservem a essência inovadora da marca. e nisso, este smart #3 dá interessantes respostas práticas ao mercado que nos impressionaram pela positiva.
Notas Finais | (0-10) |
Design | 8,0 |
Materiais | 7,0 |
Equipamento | 7,0 |
Comportamento dinâmico | 6,5 |
Espaço interior | 7,0 |
Conforto | 7,0 |
Posição de condução | 7,0 |
Insonorização | 7,0 |
Conectividade | 7,5 |
Entretenimento | 7,0 |
Prestações | 6,5 |
Consumos | 6,0 |
Percepção de qualidade global | 7,5 |
Avaliação Final | 7,0 |
As avaliações nos diferentes aspectos, naturalmente subjectivas, são feitas pelo LusoMotores, ajustadas ao segmento do modelo em apreço.
Destaque para a nota particularmente elevada conseguida por este modelo no capítulo do design, uma nota naturalmente subjectiva, até porque nem todos temos que gostar do mesmo, mas que neste caso reflete a boa impressão permitida pelo smart #3 na sua imagem global, num SUV compacto desportivo e capaz de permitir uma condução divertida num modelo urbano mas capaz de outros voos.