O fabricante alemão assume que vai continuar a investir nos motores de combustão e na tecnologia híbrida, percebendo que o novo presidente Donald Trump vai ignorar muitas das metas ambientais com que a anterior administração norte-americana até se tinha comprometido.
A retirada dos Estados Unidos (EUA) do Acordo de Paris foi um primeiro sinal de que a administração Trump não está comprometida com as metas ambientais estabelecidas e, no caso do mercado automóvel, o caminho da eletrificação não será uma prioridade.
Mais. Entre a carrada de ordens executivas que já assinou, Donald Trump afastou o chamado ‘mandato do veículo elétrico’, para “promover a verdadeira escolha do consumidor, essencial para o crescimento económico e inovação, eliminando as barreiras regulamentares ao acesso aos veículos a motor”.
Ou seja, pôs fim “às isenções de emissões estatais que funcionam para limitar as vendas de automóveis a gasolina”, acabando com “subsídios injustos e outras distorções de mercado mal concebidas impostas que favorecem os veículos elétricos”, como lembra o jornal Público.
Em consequência destas medidas e de outras que se anteveem, Jochen Goller, administrador da BMW, adivinha um aumento de futuras vendas de veículos a gasolina e gasóleo nos EUA, admitindo uma estagnação na procura de veículos elétricos.
Ao jornal Financial Times, assumiu que “seria ingénuo acreditar que o movimento para a eletrificação é uma via de sentido único. Será uma viagem de montanha-russa”.
Assim, para não perder a corrida no mercado automóvel norte-americano, a BMW assume estar a “investir nos motores de combustão”, a par do investimento “em híbridos plug-in modernos.”
Apesar de tudo, a marca pretende continuar “a lançar carros elétricos”, nas palavras de Jochen Goller, até porque as vendas do grupo nesta área aumentaram 13,5% no ano passado, para 426.594 veículos. Ou seja, 17% das vendas totais do grupo.
Por outro lado, analistas ouvidos pelo Financial Times sublinham que a BMW estará mais bem posicionada que muitos dos concorrentes para fintar a ‘guerra de tarifas’ que marca a atualidade. Isto porque 65% dos automóveis que vende nos EUA são construídos localmente, por exemplo, na unidade de montagem em Greer, na Carolina do Sul.