A Nissan terá desistido da fusão com Honda, abandonando um acordo que envolve qualquer coisa como 60 bilhões de dólares. Segundo adianta a Reuters, a negociações entre as duas construtoras nipónicas terão sido dificultadas na sequência de divergências crescentes entre as duas partes, sendo que este aparente impasse terá já estado na base da queda das ações da Nissan em mais de 4% na bolsa de Tóquio.
As negociações que deveriam permitir a criação daquele que seria o terceiro maior construtor automóvel do mundo, terão sido abandonadas pela Nissan, sobre quem se desconhece de que forma é que esta irá garantir a sua reestruturação financeira sem avançar com a fusão com a Honda.
Ao que tudo indica, os dois construtores terão entrado num rumo de divergências crescentes, particularmente desde que o jornal japonês Nikkei deu conta que a Nissan estaria disposta a abandonar o acordo. Na sequência dessa notícia no Nikkei, as ações da Nissan baixaram em mais de 4%, enquanto as ações da Honda, em sentido contrário, subiram em mais de 8%, dando conta de um alívio dos investidores que não estariam a ver com bons olhos a junção da Honda com a Nissan.
Ainda de acordo com a Reuters, as complicações nas negociações entre a Nissan e a Honda terão surgido pela dificuldade da Nissan em aplicar um plano de reestruturação que envolve o corte de qualquer coisa como nove mil postos de trabalho, implicando esta medida a redução em 20% de sua capacidade global.
A Honda, segundo maior construtor automóvel do Japão atrás da Toyota, e a Nissan, o terceiro, confirmaram no passado mês de Dezembro as negociações então em curso para permitir o terceiro maior construtor do mundo, mas alguns rumores que, entretanto, surgiram dando conta da alegada intenção da Honda em transformar a Nissan numa subsidiária da própria Honda terá levado a Nissan a desistir das negociações antes mesmo destas poderem avançar para uma base mais definitiva.

A Nissan, que pretendia uma fusão entre pares, terá recusado a ideia de uma secundarização perante a Honda, o que estará na base deste abandono das negociações. Em comunicados próprios, tanto a Nissan quanto a Honda garantiram que a reportagem do Nikkei não foi baseada em informações divulgadas oficialmente pelas empresas, pretendendo ambas dar conta do rumo que poderá ser dado à parceria entre ambas durante o corrente mês de Fevereiro.
Seja como for, a Honda, actualmente com um valor de mercado de 51,9 bilhões de dólares – mais de cinco vezes superior ao da Nissan –, não estará disposta a entrar numa parceria que permita à Nissan surgir e plano de igualdade, o que poderá colocar em causa o plano de reestruturação da Nissan. A complicação em redor destas negociações aumenta exponencialmente se pensarmos que decorrem numa altura em que os EUA pretendem impor tarifas sobre as importações no sector automóvel, algo que segundo os analistas terá um impacto particularmente “doloroso” para a Nissan que será bem mais afetada do que a Honda ou a Toyota pelas taxas a impor pela administração norte-americana de Donald Trump sobre as importações a partir México.
Com a Nissan a recusar tornar-se uma subsidiária da Honda, com esta determinada a recusar uma fusão que não possa controlar, e depois da Renault, parceira de longa data da Nissan, e da Mitsubishi, outro dos aliados da Nissan, terem manifestado a intenção de ficarem fora das negociações de fusão, este negócio de bilhões no sector automóvel poderá cair antes mesmo de passar do plano das intenções para a mesa da assinatura dos acordos, sendo necessário esperar pelos próximos dias para serem conhecidos os próximos capítulos deste namoro que surge cada vez mais longe de um casamento.