Representantes da indústria automóvel reuniram-se em Bruxelas com a Comissão Europeia para exigir uma solução de longo prazo para o setor, que minimize a meta de descarbonização total em 2035.
A CLEPA, associação europeia de fabricantes de componentes para automóveis, fez questão de salientar que houve “uma perda de 54 mil empregos em 2024, mais do que durante a pandemia”.
Exigindo “uma ação urgente” a curto e a médio prazo, os fabricantes de componentes alertam que “a Europa corre o risco de ficar para trás, a menos que adote uma ponte tecnológica mais ampla para a eletrificação. As políticas climáticas sobre descarbonização deveriam focar-se nas fontes de energia e na redução dos combustíveis fósseis, em vez de prescrever tecnologias específicas.”
Em comunicado, a portuguesa AFIA (Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel) – que integra o ‘board’ da CLEPA e que agrega cerca de 350 empresas nacionais, empregando diretamente 64 mil pessoas – sublinha que “a indústria exige uma solução de longo prazo para além da meta de descarbonização total para 2035 que garanta a competitividade industrial, o investimento e os empregos.”
Para os fabricantes nacionais e europeus, há necessidade de “ampliar as regulamentações de CO2, permitir múltiplas opções tecnológicas e alinhar um conjunto de políticas que estimulem a competitividade industrial.”
José Couto, presidente da AFIA, alerta que “a indústria nacional de componentes está a ressentir-se desta encruzilhada em que se encontra a Europa”.
Por outras palavras, “o desemprego e a manutenção da capacidade produtiva são duas ameaças sérias que a produção de componentes para os automóveis tem de gerir”, tendo em conta que o setor em Portugal representa 10% do emprego total da indústria transformadora, fatura 14,3 mil milhões de euros (ano 2023) e é responsável por uma quota de exportação superior a 85%.