Apesar de ter anunciado um acordo social, o construtor alemão enfrentou protestos no último dia de fevereiro, quando encerrou a sua unidade na capital belga. A produção automóvel segue para a China e México, onde a mão de obra é mais barata.
Com o fecho anunciado e concretizado da unidade no bairro de Forest, em Bruxelas, cerca de três mil operários ficaram sem trabalho e manifestaram-se no último dia do mês à porta da fábrica. O governo belga está a estudar o reaproveitamento das instalações e admite poder vir a produzir ali armamento.
Durante cerca de 20 anos, a fábrica no bairro de Forest, em Bruxelas, montou Audis de luxo, após o construtor ter resgatado uma unidade da Volkswagen que estava na iminência de fechar.
Agora, as operações da Audi serão transferidas para a China e para o México, de forma a reduzir os custos de produção, o que levara já a uma redução de 1.500 a 2.000 postos de trabalho em Bruxelas no ano passado.
A Audi negociou entretanto um plano social com medidas de apoio aos ex-trabalhadores, incluindo um bónus, além do pagamento por despedimento legalmente exigido, segundo comunicado da empresa.
Sucede que, até ao momento, não surgiu nenhum investidor ou comprador para as instalações, o que cria um problema acrescido para o governo e autarcas belgas.
O ministro da Defesa belga, Theo Francken, apresentou já possibilidade de transformar a fábrica num local de produção de armas. Poder-se-iam assim criar novos postos de trabalho e responder a uma “necessidade urgente de material militar”.
Por seu lado, Charles Spapens, autarca de Forest, admitiu que existem outras opções para a reconversão que podem passar por outros setores de atividade.