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Depressão Trump começa a atingir setor automóvel

O grupo Stellantis anunciou a suspensão da produção em fábricas no Canadá e no México. Já a Nissan cancelou encomendas norte-americanas dos SUV Infiniti montados em território mexicano.

Dois dias após o presidente Donald Trump ter confirmado a aplicação de tarifas de 25% aos automóveis importados, o grupo que detém marcas como a Chrysler, Jeep, Dodge, e também Peugeot, Opel e Fiat anunciou a paralisação da fábrica canadiana em Windsor, que emprega cerca de 4 mil pessoas.

A paragem ocorre a partir de segunda-feira, durante duas semanas e o motivo, segundo um porta-voz da Stellantis, deve-se “principalmente” às tarifas alfandegárias norte-americanas.

O novo primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, manifestou de imediato a sua “solidariedade aos trabalhadores de Windsor e a todos os afetados pelas tarifas do presidente Trump”, prometendo aplicar igual tarifação a certos automóveis americanos importados pelo Canadá.

A Stellantis diz, contudo, que continua a avaliar os efeitos das tarifas norte-americanas sobre os veículos importados e “continuará a discutir estas mudanças de política com o governo dos EUA”.

O grupo defende que “as ações imediatas a tomar incluem a interrupção temporária da produção em algumas das fábricas de montagem canadianas e mexicanas”, de onde saem a maior parte das unidades vendidas no mercado dos Estados Unidos (EUA).

Em 2024, a Stellantis alcançou um volume de negócios acumulado de 63,5 mil milhões de euros com as vendas nos EUA, México e Canadá, onde comercializou1,4 milhões de veículos.

A produção norte-americana da Stellantis resulta sobretudo da ‘herança’ da Chrysler, um dos ‘três grandes’ construtores dos EUA, a par da General Motors e da Ford.

Nos EUA, a Stellantis tem 16 fábricas, nos estados de Michigan, Indiana e Ohio, onde emprega 52 mil trabalhadores, e possui também unidades estratégicas no Canadá e no México. Nos três países emprega 75 mil pessoas.

Nissan suspende encomendas

Também afetada pelas tarifas de Trump, a japonesa Nissan decidiu reforçar a sua produção nas unidades que tem nos EUA, suspendendo encomendas norte-americanas de modelos construídos no México.

A marca refere agora que a produção do modelo Nissan Rogue “será mantida na fábrica de Smyrna, no Tennessee, de forma a aproveitar a produção nos Estados Unidos, isenta dos novos direitos aduaneiros”.

A decisão agora anunciada é uma reversão da que fora assumida em Fevereiro, quando a Nissan manifestou a intenção de reduzir a produção nas suas fábricas americanas de Canton (Mississippi) e Smyrna.

Ao invés, a Nissan vai deixar de comercializar nos Estados Unidos dois modelos SUV produzidos numa fábrica no México e, segundo a agência noticiosa Reuters, vai “suspender as encomendas dos Infiniti QX50 e QX55” montados em unidades mexicanas.

Em 2024, cerca de 30% das vendas globais da Nissan ocorreram nos Estados Unidos, num total de 924 mil veículos comercializados. Sucede que das unidades instaladas nos EUA saíram 525 mil carros e os restantes 43% foram importados, principalmente do Japão e do México.

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