A marca francesa está a desenvolver um “automóvel familiar que emite menos 90% de gases com efeito de estufa ao longo de todo o seu ciclo de vida.”
O concept car Emblème, que “continua os estudos exploratórios iniciados com o concept Scenic Vision, em 2022”, está a ser desenvolvido pela Ampere, a entidade do grupo dedicada a veículos elétricos inteligentes. De acordo com o comunicado do construtor francês, procura-se “uma redução de 70% na pegada de carbono na produção de todas as peças”, até porque “50% dos materiais usados na produção do automóvel são reciclados.”
Com 4,80 metros de comprimento, o Emblème tem o “grupo propulsor de dupla energia colocado na traseira do automóvel”, sendo “alimentado por eletricidade e hidrogénio, uma combinação ideal para viagens curtas ou de longa distância, com baixas emissões de carbono.”
Fabrice Cambolive, CEO da Renault, assume que “a ambição do projeto Renault Emblème é conseguir a máxima descarbonização, através da conceção de um automóvel atraente, eficiente, familiar, confortável, de alta tecnologia e versátil na utilização.”
Contribuindo para o objetivo da neutralidade carbónica, o Grupo Renault pretende alcançar zero emissões, a nível mundial, até 2050, sendo que, na Europa, esse objetivo deve ser alcançado até 2040.
Cléa Martinet, da área de Sustentabilidade do construtor francês, defende que “o Renault Emblème está à altura dos desafios da descarbonização”, além de “ser uma antevisão em termos de design” e integrar “tecnologias que serão progressivamente introduzidas nas próximas gerações de veículos.”






Peso e materiais
Sabendo que o peso de um veículo tem impacto nas emissões, para o limitar o do Renault Emblème a apenas 1800 quilos, “os responsáveis pelo projeto procuraram eliminar os quilos em excesso, mantendo a qualidade dos equipamentos de bordo.”
Acresce que há “sete materiais e componentes responsáveis por 90% da pegada de carbono do automóvel: bateria, aço, alumínio, polímeros, componentes eletrónicos, pneus e célula de combustível e depósito”, o que levou a Renault a procurar “uma série de parceiros industriais ao processo de conceção ecológica.”
Assim, a Akwel criou os puxadores de porta da reduzindo em 60% o peso total da peça. A ArcelorMittal “reduziu em 8% o peso total do aço necessário para construir a carroçaria”. A Autoneum “concebeu 32 peças para o Emblème com propriedades térmicas e/ou acústicas, tanto para o interior como para o exterior do veículo.” Para fazer as portas do Emblème, a Constellium “usou alumínio primário, produzido por eletrólise com eletricidade de baixo carbono, e alumínio reciclado proveniente da economia circular.”
Por fim, as jantes de liga leve, da Dicastal, “são fabricadas em alumínio proveniente em 70% da economia circular.” Para o interior do automóvel, nomeadamente para o painel de instrumentos, a Forvia utilizou “revestimentos à base de materiais reciclados ou naturais, que têm a vantagem de serem capazes de armazenar CO₂.” Por exemplo, as “zonas de contacto nos painéis das portas e na consola central são estofadas em peles feitas de fibras de ananás, uma alternativa mais leve e sustentável ao couro animal”, sendo que o “painel de instrumentos é estofado em linho”, um “processo inovador que acrescenta propriedades estruturais às qualidades estéticas deste material, enquanto elimina os resíduos.”
Exteriores
A preocupação com a descarbonização leva também o Emblème a utilizar faróis desenvolvidos pela Forvia Hella que “reduzem para metade as emissões de CO2, ao longo do ciclo de vida, em comparação com os faróis convencionais.” Já os pneus Michelin têm uma “inovação que melhorará a durabilidade dos veículos em 55% e reduzirá a pegada de carbono dos pneus, em mais de 40%, até 2035.