A imposição de tarifas de 25% sobre a importação de automóveis e componentes pelos Estados Unidos preocupa a Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA) que prevê “ajustes na produção com consequências no emprego.”
Em entrevista ao jornal Expresso, José Couto, presidente da AFIA, previu que Portugal vai ter problemas nas exportações de componentes, devido às tarifas impostas pelo presidente Donald Trump. O impacto vai ser sentido já em “abril, mas a imagem real virá lá para julho”.
Para o presidente da AFIA, face às tarifas norte-americanas, “um bom ano já não é crescer, é manter (o nível de 2024), mas isso significa necessariamente ajustes na produção com consequências no emprego.”
No setor dos componentes para a indústria automóvel, o mercado norte-americano é o quarto mais importante e o único dos oito maiores clientes de Portugal que registou um crescimento de 3% em 2024.
Além da exportação direta, José Couto alerta também que “há empresas europeias e também algumas portuguesas que investiram no México, o grande vendedor de automóveis para os EUA, a par do Canadá, que também acabam por ser afetadas”.
Apesar do real impacto das tarifas impostas pelos EUA só ser possível conhecer dentro de alguns meses, o presidente da AFA assinala que mesmo antes das tarifas, “houve alguns ajustes no mercado europeu, com fornecedores para os EUA a fazerem replaneamento de encomendas, o que afeta de imediato toda a cadeia de fornecimento”.