Já esta quinta-feira, os norte-americanos passam a pagar mais 25% pelos automóveis importados, após o anúncio de um lote de tarifas aduaneiras pelo presidente Donald Trump.
Confirmando a ameaça feita há dias, Trump confirmou na noite de quarta-feira que os Estados Unidos (EUA) vão impor uma tarifa de 25% sobre todos os automóveis fabricados no estrangeiro, “a partir da meia-noite”. Por causa de “desequilíbrios” que afectam a “base industrial” da América.
Proclamando chavões como “a América vai ser rica outra vez”, “vamos ter mais empregos e fábricas”, “vão ser criados mais cinco milhões de postos de trabalho”, Trump avançou também com um lote variado de tarifas que chamou de “recíprocas”, a partir de uma base de 10%. mas que chegam aos 20% para produtos da União Europeia, aos 24% para bens japoneses e aos 34% para compras à China.
Japão, China e União Europeia são alguns dos maiores produtores e exportadores para os EUA no setor automóvel, e a tarifa de 25% será aplicada tanto a veículos quanto a componentes.
Na visão de Trump, a subida dos preços dos automóveis importados deverá levar os norte-americanos a comprarem veículos fabricados nos EUA, aumentando a produção e o emprego no país. Há, contudo, os perigos da inflação, da recessão e da falta de componentes para alimentar a produção fabril.
Entre as reações às medidas de Trump, Jay Timmons, presidente da Associação Nacional de Fabricantes, mostrou preocupação com “os elevados custos das novas tarifas que ameaçam o investimento, os postos de trabalho, as cadeias de fornecimento e, por sua vez, a capacidade da América competir com outras nações.”
O risco de retaliação às tarifas de Trump tem vindo a ser equacionado por várias economias mundiais, casos da China, Japão, Índia e União Europeia. Na Europa, há, contudo, quem recomende ‘cabeça fria’: Pedro Reis, ministro da Economia, em entrevista à CNN Portugal, lembrou que “na área industrial – os plásticos, as fibras óticas, algumas componentes automóveis – tudo isso nós importamos.”
O ministro advoga assim “cautela” na resposta da União Europeia, considerando que “firmeza não é incompatível com inteligência. Devemos defender os nossos interesses, com pinças, caso a caso, setor a setor. E dar tempo para ir construindo alternativas no mercado.”