O grupo registou receitas líquidas de 35,8 mil milhões de euros, 14% abaixo das do 1.º trimestre de 2024. A ameaça e posterior aplicação de tarifas pelos Estados Unidos leva a Stellantis a suspender as suas diretrizes financeiras para 2025.
A Stellantis, que agrega marcas com Peugeot, Citroën, Opel e Fiat, justifica os resultados menos conseguidos no 1.º trimestre com “volumes de entregas mais baixos” e a “evolução desfavorável do mix e dos preços.”
Em comunicado, assume que as entregas consolidadas de 1,217 milhões de unidades, uma diminuição de 9% face ao trimestre homólogo de 2024, refletem “menores volumes de produção na América do Norte, consequência das férias prolongadas em janeiro, dos impactos da transição de produtos e de volumes mais reduzidos de veículos comerciais ligeiros na região da Europa alargada.”
Apesar de as contas ainda não refletirem diretamente o efeito das tarifas impostas no início de Abril pelo presidente norte-americano Donald Trump, essa perspetiva começou antes a ensombrar o setor automóvel, levando os construtores a precaverem-se e a terem de alterar estartégias comerciais.
Em comunicado, o grupo Stellantis anuncia estar a agir para “proteger a empresa enquanto se envolve extensivamente com os governos relevantes para facilitar a implementação e evolução informadas das políticas”, enquanto toma medidas “para ajustar os planos de produção e identificar oportunidades para melhorar os fornecimentos.”
Doug Ostermann, diretor financeiro da Stellantis, salienta que “embora os resultados financeiros do 1.º trimestre de 2025 tenham ficado abaixo dos níveis do ano anterior, outros indicadores principais refletem os primeiros progressos iniciais dos nossos esforços de recuperação comercial. A América do Norte está numa fase muito inicial, com uma melhoria nas encomendas no retalho, enquanto observamos uma melhoria sequencial na quota de mercado na UE30.”
Para agilizar a recuperação comercial, a Stellantis salienta o lançamento de três modelos, o novo Fiat Grande Panda, o Opel/Vauxhall Frontera e o Citroën C3 Aircross, a par da “comercialização dos renovados Opel/Vauxhall Mokka, Ram 2500 HD e Ram 3500 HD.”
O grupo considera que “a introdução do Citroën C3 Aircross, Opel/Vauxhall Frontera e Fiat Grande Panda durante o 1.º trimestre de 2025 oferece oportunidades para aumentar as vendas de veículos do segmento B nos próximos trimestres.”