Piastri não desarma e vence em Miami com ‘dobradinha’ da McLaren

O piloto australiano Oscar Piastri, em McLaren, venceu pela terceira vez consecutiva esta época, desta feita no GP de Miami, nos EUA, e aumentou a sua vantagem, agora de 16 pontos, para o segundo lugar no Mundial de pilotos, ocupado pelo colega de equipa Lando Norris. Esta vitória de Piastri foi histórica, isto porque desde 1998 que a McLaren não conseguia ter o mesmo piloto a vencer três provas consecutivas, na altura com Mika Hakkinen ao volante do monolugar da escuderia britânica.

Já para o campeão mundial em título – Max Verstappen (Red Bull) – a corrida não correu propriamente de feição. O neerlandês partiu de pole position e, embora tenha batalhado arduamente para defender tanto o primeiro como o segundo posto, o seu Red Bull pareceu continuar ‘uns furos abaixo’ do McLaren no que toca a ritmo de corrida. A sorte da corrida acabou por ‘sorrir’ a George Russell (Mercedes) que beneficiou dum virtual safety car (VSC) para conseguir um free pit stop que lhe permitiu ascender ao último degrau do pódio. Sorte inversa tiveram os Ferrari, num fim-de-semana em que os seus monolugares revelaram não ter ritmo para os carros da frente do pelotão, acabando Leclerc e Hamilton por não irem além de P7 e P8, respectivamente.

Sobre a forma como decorreu este GP de Miami, era esperado um início animado e as expectativas dos espectadores não foram defraudadas. Pela segunda vez esta época, Max Verstappen (Red Bull) e Lando Norris (McLaren), este que tinha começado o fim-de-semana com a vitória na corrida sprint, partiram da front row em primeiro e segundo, respectivamente, e travaram uma intensa batalha nas primeiras curvas do traçado de Miami. Assim que as luzes se desligaram, Verstappen tentou proteger o interior da recta para a curva 1, acabando por dar lock up aos pneus. Ainda assim, o neerlandês conseguiu não perder a primeira posição e forçar Norris a alongar a trajectória do seu monolugar na curva 2. Esta luta acabaria por fazer o britânico da McLaren perder quatro posições, passando a ocupar o sexto posto atrás de Albon (Williams). Ainda no arranque da corrida, Doohan (Alpine) embateu no monolugar de Lawson (Racing Bulls), provocando vários destroços na pista, que obrigaram os comissários a ‘ativar’ o período de VSC.

A animação na frente do pelotão continuou depois do período de VSC, com o líder do campeonato – Oscar Piastri (McLaren) – a ascender ao segundo posto depois de ultrapassar Antonelli (Mercedes) na volta 4. Ainda nessa mesma volta, também o colega de equipa de Piastri – Lando Norris – passaria para quinto lugar, depois de ultrapassar Albon (Williams). A recuperação de Norris continuaria na volta 7, quando o segundo classificado do mundial de pilotos ultrapassou o compatriota George Russell (Mercedes) numa curva rápida.

À passagem da volta 9, Norris recuperou o terceiro posto depois de ultrapassar o rookie Antonelli (Mercedes). Nessa mesma volta, o penoso fim-de-semana do veterano Fernando Alonso (Aston Martin) continuaria, depois deste perder o controlo do monolugar na mesma curva onde se havia despistado na corrida sprint. A luta pelo primeiro posto esteve ao rubro na fase inicial da corrida, com Verstappen a defender a posição com grande perícia da ameaça do actual líder do campeonato de pilotos – Oscar Piastri.

O neerlandês foi defendendo a liderança da corrida como conseguia, mas a velocidade de ponta do McLaren de Piastri fez-se notar quando este consumou a ultrapassagem para P1 na volta 14. A intensa luta pelo segundo posto entre Verstappen e Norris durou até à volta 18, permitindo a Piastri aumentar o gap para 9 segundos para o segundo colocado.

No pelotão da frente, Antonelli foi o primeiro a parar na box, com a intenção de fazer undercut a Verstappen. A Red Bull respondeu na volta seguinte, parando o neerlandês para colocar um novo conjunto de pneus duros. O VSC voltou a ser ‘ativado’ na volta 29, após um problema hidráulico no Haas de Oliver Bearman ter obrigado o britânico a desistir da prova, acabando o VSC por beneficiar todos os pilotos que ainda não haviam parado, nomeadamente Piastri, Norris, Russell e Leclerc. George Russell acabaria por sair do pit lane na terceira posição – à frente de Verstappen –, beneficiando assim do facto de ter parado durante o período de VSC.

Na volta 31, os Williams de Albon e Sainz protagonizaram duas ultrapassagens categóricas em simultâneo, ascendendo ao quinto e ao sétimo posto, respectivamente. Por esta altura, os stewards atribuíram uma penalização de cinco segundos a Tsunoda (Red Bull) por ultrapassar o limite de velocidade no pit lane. O VSC foi retomado à passagem da volta 33, quando Bortoleto foi forçado a desistir da corrida por problemas no motor do seu Sauber.

Já na volta 39, percebendo que Hamilton teria mais ritmo de corrida que Leclerc, a Ferrari decidiu trocar os seus dois pilotos de posição (P7 e P8). Os tiffosi voltariam atrás com a decisão à passagem da volta 52, pedindo a Hamilton que deixasse o colega de equipa – Charles Leclerc – passar para P7, acreditando que o monegasco pudesse chegar à traseira de Antonelli (Mercedes) a tempo do final da corrida. Hamilton não gostou minimamente da estratégia de corrida da Ferrari e fez questão de fazer sentir esse desagrado nas comunicações áudio com a sua equipa.

O final da corrida ficou marcado por um dive bomb de Sainz (Williams) a Hamilton (Ferrari), na luta pelo oitavo posto, acabando os dois monolugares por fazer contacto, ainda que sem qualquer dano causado.

Concluído este Grande Prémio de Miami de Fórmula 1, a classificação ficou assim estabelecida…

Ultrapassado este que foi o sexto Grande Prémio da temporada, Oscar Piastri prossegue na frente do Mundial de pilotos, tendo atrás de si o seu companheiro de equipa na McLaren, Lando Norris, ele que terminou em Miami na segunda posição depois de ter vencido a corrida sprint, surgindo agora em termos classificativos a 16 pontos de Piastri.

Nota para o facto de haver ainda um total de quatro pilotos que ainda não conseguiram qualquer ponto nas seis corridas realizadas, nomeadamente o veterano Fernando Alonso, que ainda não conseguiu extrair a melhor prestação do seu Aston Martin, mas também Liam Lawson (Racing Bulls), Jack Doohan (Alpine) e Gabriel Borboleta (Sauber)

Por fim, em relação à classificação do Mundial de construtores, a McLaren soma e segue, isto porque a vitória na corrida sprint e a colocação dos seus dois pilotos nos lugares mais altos do pódio deixaram ainda mais evidente o domínio da escuderia britânica nesta fase de arranque da temporada de 2025 do Mundial de Fórmula 1…

A próxima prova do calendário do Mundial de F1 será disputada em território italiano para o Grande Prémio de Emilia-Romagna, no próximo dia 18 de Maio, com o apagar dos semáforos na linha de partida marcado para as 14h00, hora de Portugal Continental.

texto: Francisco Delgado