Sinais dos tempos. Lembro-me de quando era miudo, o sonho era mesmo falar de carros electricos. Não meter gasolina numa altura em que foi fundada a OPEP, com os respectivo preço do petroleo a aumentar todos os dias, o sonho era bastante alimentado, sobretudo porque se pensava que os prós de usar uma motorização dessas seriam mais do que os contras.
Passados estes, (muitos) anos os carros de motorização exclusivamente electica comuns são uma realidade, mas… com bastantes contras em relação aos prós na sua utilização.
O problema maior continua a residir nas baterias, que para além de caras, ainda não tem uma capacidade de armazenamento adequada para maiores deslocações, e a sua reciclagem ainda não é assunto pacifico, caindo por terra um dos factores mais positivos desta estoria, a ecologia. Quanto à sua recarga, parece-me que países como Portugal conseguiram uma interessante rede de abastecimento.
Então o porquê do surgimento de tanto automovel com esta motorização. Sobretudo questões de marketing, funcionando como um cartão de visita e um aproveitamento dos estudos que cada construtor fez, e que entretanto aproveita para ganhar imagem de marca, e nalguns casos, nichos de mercado! Comercialmente os incentivos fiscais não tiveram o peso esperado e as vendas não vingaram até ao momento, havendo marcas a recuar na produção destes veiculos.
Em compensação, os hibridos tem vingado com algum sucesso, e se bem que a formula perfeita de combinação de motores não parece concensual, o resultado é bem interessante, e finalmente vemos estes modelos vingar não só nos veiculos de utilização comum, como tambem na competição automovel, onde as vitorias da Audi nas 24 Horas de Le Mans são o melhor exemplo permitindo aos mais puristas ouvir o ecoar dos motores a combustão e não apenas o semsaboroso zumbido dos induzidos dos electricos.
Naturalmente que os entusiastas do desporto não aceitarão bem a falta de emoção que os silenciosos eléctricos transmitem no calor da competição, e naturalmente que os amantes da natureza e da ecologia não aceitam o ensurdecedor ruido das perigosas competições, mas ironia do destino, ou cúmulo das incongruências, os eléctricos tiveram que passar a emitir um ruido extra para que não se tornem “invisiveis” ao ouvido dos transeunte!
Nuno Rodrigues da Silva