A Toyota Gazoo Racing World Rally Team (TGR WRT) começa a nova época do Campeonato Mundial de Ralis da FIA, com uma dobradinha no Rali de Monte Carlo, fruto do triunfo na prova de Sebástien Ogier e do segundo lugar de Kalle Rovanpera, os dois pilotos da Toyota que relegaram para o terceiro posto o Hyundai de Thierry Neuville.

Os dois GR Yaris Rally1 híbridos, dos pilotos Sébastien Ogier e Kalle Rovanperä, terminaram o emocionante rali pelos Alpes franceses, este ano uma prova sem neve onde o asfalto foi o piso em todos os sectores selectivos, em primeiro e segundo lugar. O pódio ficou completo com Thierry Neuville em Hyundai i20 N Rally1 surgindo logo depois outro Toyota, neste caso o de Elfyn Evans que terminou em quarto da geral. Aliás, a Toyota viria mesmo a conseguir quatro classificações no Top-6, isto porque na sexta posição, e logo atrás do quinto classificado Ott Tänak, em Ford Puma Rally1, terminou em sexto o japonês Takamoto Katsuta, também ele em Toyota GR YARIS Rally1.

Entretanto, na frente da classificação, e para além da vitória nesta edição do Rali de Monte Carlo, Sébastien Ogier fez história ao alcançar o seu nono triunfo, passando a ser assim o piloto com maior número de vitórias nesta prova, desta feita realizada com tempo predominantemente seco, algo que tornou o rali deste ano mais um teste de desempenho absoluto do que o normal. Ogier estabeleceu o ritmo desde o início, com cinco vitórias consecutivas em especiais cronometradas, abrindo uma vantagem de meio minuto já a meio do dia de sexta-feira. Aliás, o Toyota GR Yaris Rally1 Hybrid foi o mais rápido nas primeiras 11 especiais da nova época, com uma sequência de vitórias que só terminou na tarde de sábado, altura em que Ogier estava já focado em gerir a sua liderança sem precisar de correr riscos.

A 56ª vitória de Ogier no WRC também é a primeira de seu co-piloto Vincent Landais, apenas no segundo evento desde que Ogier começou a trabalhar com o promissor navegador francês, no final da época passada. É também a quinta vitória da Toyota em Monte Carlo com um quinto modelo diferente: o GR Yaris Rally1 Hybrid venceu 16 das 18 especiais do fim de semana.
 
Com Ogier a disputar, mais uma vez, apenas alguns ralis esta temporada, o segundo lugar e a vitória na Power Stage final, representam um excelente arranque de época para Rovanperä e o co-piloto Jonne Halttunen, que procuram revalidar o título. Rovanperä cresceu em confiança e velocidade durante o fim de semana, conquistando seis vitórias em especiais, a caminho do pódio. ainda na equipa do construtor nipónico, Elfyn Evans mostrou um ritmo igualmente forte ao longo do fim de semana e estava em segundo atrás de Ogier quando perdeu cerca de 40s com um pneu danificado em SS5, na manhã de sexta-feira. O piloto britânico e o co-piloto Scott Martin lutaram para terminar em quarto, a 27,8s do pódio, tendo Elfyn Evans sido ainda terceiro na Power Stage conseguindo três pontos adicionais.

Um Rali de Monte Carlo sem neve

Quanto à forma como decorreu este que foi o primeiro rali do calendário do Mundial WRC, começou desde logo por ficar marcado pela ausência dos tradicionais pisos de neve que comstumam marcar esta prova. Sempre em asfalto, e após o shakedown, realizado antes do evento na manhã de quinta-feira 19 de janeiro, o rali começou, como habitual, na icónica Praça do Casino no Mónaco, tendo a partir daí as equipas seguido diretamente para as montanhas acima do Principado para duas especiais noturnas, a primeira das quais terminou no topo do famoso Col de Turini.

Sébastien Ogier estabeleceu o tempo mais rápido 1,3 segundos mais rápido que o colega Evans, e repetiram a dobradinha na segunda especial, no entanto, Ogier foi ainda mais rápido, aumentando a vantagem 4,7s. Seis segundos separaram os 2 GR Yaris Rally1 durante a noite com mais de 9,4s para o piloto em terceiro. Já o actual campeão Kalle Rovanperä arrancou com um bom ritmo na defesa do título do campeonato mundial terminando o primeiro dia em quinto a 17,1s da liderança. Takamoto Katsuta, aos comandos do quarto GR Yaris Rally1 Hybrid novamente no programa de desafio TGR WRC, foi o quarto mais rápido na primeira especial, mas devido a uma situação com o travão de mão, durante a segunda especial, caiu para nono da geral.

Durante o dia de sexta-feira Ogier continuou a definir o ritmo da prova nas três especiais da manhã, isto apesar de um problema com a unidade híbrida fornecida a todas as equipas que o obrigou a conduzir sem o impulso adicional nas duas últimas especiais. Assistido remotamente, o carro de Ogier ficou de novo em condições perfeitas pelo que viria a terminar o dia de sexta-feira na frente da prova e sem problemas, podendo partir para as especiais de sábado, o dia mais longo da prova, apenas com a preocupação de controlar o andamento da concorrência sem correr riscos desnecessários.

Por fim, no domingo, Ogier geriu a sua vantagem durante as quatro especiais e terminou com uma margem de 18,8s para Kalle Rovanperä que venceu a Power Stage final, conseguindo maximizar o seu segundo lugar da geral. Thierry Neuville, em Hyundai i20 N Rally1, foi o primeiro piloto não Toyota a intrometer-se na classificação e a conseguir ainda assim um lugar no pódio, à frente de Elfyn Evans que manteve o quarto lugar conseguindo pontos importantes para a Toyota. Na quinta posição terminou Ott Tänak, o estónio da M Sport que levou o seu Ford Puma Rally1 até ao Top5, o mais alto lugar que conseguiu nesta sua primeira prova com a estrutura de Malcom Wilson, surgindo depois na classificação Takamoto Katsuta (Toyota), Dani Sordo (Hyundai), Esapekka Lappi (Hyundai), Nikolay Gryazin (Škoda Fabia) e Yohan Rossel (Citroën) a fechar o Top10.

LusoMotores