Na apresentação do próprio construtor, este Volvo XC60 Plug-in começa por ser comparado com algo que conhece bem, o seu telemóvel, mas apresentado, naturalmente, como “muito maior”. Transportanto em si a ambição de permitir uma mobilidade mais sustentável, este modelo da Volvo na variante testada pelo LusoMotores propõe 58 km de autonomia elétrica num modelo com uma potência de 341 cv, um nível de emissões de apenas 23 g/km, o que é notável se considerarmos o peso deste SUV, e ainda um consumo que, a julgar pelo valor anunciado, poderá ficar em 2,4 litros a cada 100 quilómetros em circuito combinado.

É claro que para que isto seja possível terá que ter sempre a preocupação de ter as baterias elétricas carregadas por forma a depender ao mínimo do motor de combustão. Longe de qualquer dúvida está assim a certeza de estarmos perante um SUV híbrido plug-in que, depois de ter sido lançado em Portugal no corrente ano, surge como uma real alternativa aos SUV híbridos convencionais, oferecendo uma autonomia elétrica maior e um desempenho mais elevado.

Do que pudemos comprovar, encontrámos no Volvo XC60 um automóvel confortável e suave de conduzir, cujo motor elétrico proporciona uma aceleração suave e silenciosa, semelhante a um carro cem por cento elétrico, sendo que neste caso o motor a gasolina entra em funcionamento apenas quando o motor elétrico está com pouca carga, o que é geralmente em acelerações fortes ou em subidas.

Em termos de comportamento, e uma vez mais sem esquecer o peso deste SUV, na casa dos 2250 kg, a verdade é que nem por isso o Volvo XC60 Plug-in perde em estabilidade em curva, que é total, oferecendo uma boa condução, desfrutando de uma suspensão confortável que se revela capaz de absorver da melhor forma as irregularidades do piso.

Respondendo aos pergaminhos da Volvo, este XC60 Plug-in revelou-se um carro bem construído e confiável, oferecendo uma fiável e bem perceptível combinação de conforto, desempenho e eficiência. Aliás, como pontos positivos deste modelo da Volvo, temos que destacar o conforto de condução, o desempenho, a eficiência em termos de consumo de combustível e o design moderno.

Não gostámos assim tanto do preço deste modelo, ainda que estejamos conscientes de que a qualidade e o equipamento tem que ser pago, assim como ficou a ideia de que a autonomia totalmente elétrica surge algo limitada. Ainda assim, há que referir que os valores reais atingidos de autonomia, emissões de CO2 e consumo de combustível em condições reais variam consoante o comportamento de condução e outros fatores externos.

Ao conforto de topo num modelo que nos convida sempre a grandes viagens tranquilas e assertivas, em que toda a família pode viajar bem acomodada e com muito espaço para que todos levem os seus pertences numa bagageira capaz de transportar 468 litros, num automóvel ágil e cómodo apesar das suas dimensões — 4708 mm de comprimento, 1902 mm de largura e 1651 mm de altura –, soma-se a sensação de plena segurança, ou não estivéssemos perante um modelo da Volvo, marca para a qual a segurança é um factor de importância extrema desde a origem deste construtor sueco que tem construído o seu ADN em cima de um compromisso claro com a segurança máxima. Porque falámos em medidas, uma referência à capacidade da bagageira deste modelo, de 468 litros, um valor que não pode ser superior pela necessidade deste SUV em comportar as baterias, mas ainda assim certamente suficiente para as necessidades de uma viagem familiar.

A bordo o conforto é total, com materiais sustentáveis, com os bancos em tecido duradouro com uma imagem global moderna e desportiva num automóvel que convida a enfrentar as viagens, mesmo as mais longas, sem receios de fadiga ou cansaço. Com uma conectividade plena, sistema Google a bordo, o tejadilho panorâmico a permitir uma luminosidade agradável em todo o habitáculo e espaço para todos os ocupantes viajarem em pleno conforto e com a segurança sempre defendida pela Volvo, com todos os equipamentos relativos a este capítulo presentes em pleno, este Volvo XC60 agradou a nós durante o ensaio, mas também a toda a família que, habituada a viajar numa Volvo V60 como um dos carros lá de casa, viram o “upgrade” como um plano a considerar, não fosse a falta de “tempo” para pensar no tema.

Ao volante, este Volvo Recharge, denominação na nomenclatura da marca sueca para a variante Plug-in, permite um comportamento seguro e fiável, para uma condução com um pedal e tração integral a oferecer um comportamento ágil e tranquilo, ainda que ao mesmo tempo se mostre potente nas suas capacidades mas suave no pisar sobre o asfalto. Os materiais a bordo, para além dos tecidos já referidos, sem qualquer espécie de couros e com aplicações decorativas em madeira com um padrão sobre o qual a Volvo garante ter-se inspirado pelas forças naturais da água, do vento e das ondas.

No visor head-up encontramos as informações mais importantes para a condução nosso campo de visão, sem precisarmos de tirar os olhos da estrada, sendo possível manter a atenção no trânsito ao mesmo tempo que temos a noção da velocidade, os limites de velocidade, as direções de navegação e outras informações, permitindo por exemplo manter a atenção à velocidade por forma a cumprir os valores impostos pelos radares por aí espalhados.

A nova geração de mostrador de informações para o condutor de 12 polegadas apresenta todas as informações essenciais e, ao meio, o mostrador central de nove polegadas, com ecrã táctil permite controlar de forma intuitiva as funções do Volvo, com acesso imediato às aplicações e serviços incorporados da Google, incluindo o Assistente Google, o Google Maps e a Google Play store. Na secção inferior do visor, encontramos as funcionalidades mais utilizadas, como as vistas da câmara do Park Assist e as aplicações no interior do automóvel. O formato vertical do visor facilita a sua visualização, para além de ser fácil encontrar o modo mais intuitivo para cada um de arrumação dos principais botões do ecrã táctil.

Chegados ao fim do ensaio, ficámos com uma sensação de claro agrado, entrando este modelo para a lista daqueles que claramente iremos gostar um dia de ter na nossa garagem. É claro que nem tudo serão rosas, este modelo não é propriamente referencial na autonomia elétrica face a outras propostas de modelos concorrentes no mercado, como o BMW X3 xDrive30e (80 km) e o Mercedes-Benz GLC 300e (99 km), do mesmo modo que o preço também surge acima dos valores propostos por outros concorrentes. Olhando para o conforto, o design, os níveis de consumo, o espaço para tudo e todos e a condução sustentável e amiga do ambiente, tudo isto ajuda ao veredito final após o ensaio: aprovado com distinção! Resta agora colocar este Volvo XC60 T6 Recharge na lista das prendas a considerar para pedir ao Pai Natal, isto porque nós até nos temos portado bem... e vocês?

ensaio:
Jorge Reis
Diogo Faria Reis (fotos)