No segmento dos SUV compactos, o LusoMotores saiu para ensaio desta feita ao volante do Honda HR-V 1.5 HEV Elegance é um SUV híbrido lançado em 2022 alimentado por um motor a gasolina de 1,5 litros e dois motores elétricos, que produzem uma potência combinada de 131 cv, num veículo que propõe um consumo de 5,4 litros de gasolina a cada 100 quilómetros em circuito combinado. De referir que no nosso ensaio terminámos cerca de meio milhar de quilómetros com uma média de 6,3 l/100 km, um valor perfeitamente aceitável se pensarmos que em condições de ensaio não deixámos de levar o Honda HR-V mais perto dos limites em termos de prestações dinâmicas quando foi necessário, recebendo de volta respostas muito agradáveis por parte deste modelo.

Testado na versão Elegance — o Honda HR-V HEV está disponível também na versão Advance —, transporta uma panóplia de recursos em termos de equipamento, destacando-se desde logo o sistema de infoentretenimento com tela sensível ao toque de 9 polegadas com navegação conectável ao Android Auto ou ao Apple CarPlay sem fios, permitindo uma sincronização com o seu smartphone para que nunca perca uma música ou uma mensagem durante a condução. Um sistema de som de quatro colunas, um volante com controles de áudio e um sistema de climatização manual acrescentam comodidade, sendo que também estão disponíveis diversos recursos opcionais, incluindo um teto panorâmico, um sistema de som de nove colunas e um sistema de navegação por satélite.

Projetado para atrair os consumidores, garante uma combinação de um ambiente e estilo premium num modelo com um bom espaço no hbitáculo. Depois, a tecnologia híbrida e:HEV já devidamente comprovada proporciona uma condução suave e agradável, num modelo que segue os padrões da marca nipónica que aposta numa filosofia de design simples, limpo e moderno. Apresenta por isso uma silhueta elegante num SUV que vai buscar alguns elementos de um coupé, reduzindo a altura do tejadilho na secção traseira sem com isso comprometer o espaço a bordo. Com uma estética moderna e minimalista, permitida por um painel limpo e organizado, os materiais a bordo são agradáveis ao toque. O sistema de difusão de ar cria um melhor ambiente para os ocupantes, sendo que quem viaja nos bancos da frente encontra um apoio projectado para diminuir a fadiga em viagens mais prolongadas. Na fila de bancos traseira, a respectiva posição aumentou o espaço para pés e joelhos em 35mm em comparação com a geração anterior.

Boa relação entre conforto e desempenho

A capacidade da bagageira poderá ser apontado como o calcanhar de Aquiles deste modelo da Honda, isto porque permite apenas 319 litros. Ainda assim, o acesso é facilitado pela boa abertura da porta da bagageira e o chão plano, que ajuda à colocação bem como à retirada de volumes maiores ou mais pesados. Convém no entanto dar conta que os banco traseiros podem ser facilmente rebatidos na totalidade ou na proporção 60/40, simplesmente inclinados para obter espaço vertical, ou recolhidos totalmente, pelo que dificilmente deixaremos de conseguir transportar aquilo que realmente precisamos para o fim-de-semana ou numa actividade mais inesperada.

Ao volante, e depois de encontrarmos a melhor posição de condução, com um ângulo de visão bem elevado acima do capô, damos conta do bom comportamento dinâmico deste Honda HR-V 1.5 HEV Elegance, confortável, silencioso e capaz de uma boa resposta ao acelerador, principalmente quando rodamos já em regimes mais elevados. A direção é precisa e o carro tem um bom equilíbrio entre conforto e desempenho. A suspensão mostrou-se igualmente eficaz pela capacidade que apresenta de absorver bem as irregularidades de pisos menos regulares.

Desenvolvido com uma filosofia centrada no ser humano, a tecnologia inteligente e:HEV full hybrid alterna automaticamente entre os três modos de condução: Elétrico, Híbrido ou Combustão. Depois, inspirado na tecnologia da Fórmula 1, verificamos um funcionamento em que o motor a combustão alimenta o gerador que fornece energia ao motor elétrico, sendo este que determina o movimento das rodas. Assim, a condução elétrica permite uma aceleração instantânea através do uso constante dos dois motores elétricos, a condução híbrida combina os dois motores elétricos com o motor a gasolina para uma performance mais eficiente, e a condução a combustão utiliza o motor a gasolina para manter velocidades mais altas ajudando a carregar o motor elétrico com a energia em excesso.

Três modos de condução: Sport, Normal e Econ

Encontramos assim, na prática, três modos de condução — Sport para uma condução dinâmica, Normal para uma condução suave e Econ para uma maior eficiência de combustível —, sendo certo que em qualquer dos casos este Honda propõe-se a levar-nos mais longe, permitindo sempre uma condução mais sustentável, com desempenho ideal e eficiência em todos os cenários, num veículo que podemos conduzir como um verdadeiro elétrico, com uma potência de 131 cv e um binário de 253 Nm. Afinal, mais de duas décadas de experiência híbrida da Honda em carros de estrada mas também na exigente Fórmula 1 teria forçosamente que permitir bons resultados num modelo que se destaca pela economia de combustível, conforto, equipamento e níveis de segurança activa e passiva. Quanto a pontos menos positivos poderemos apontar o preço, tendo em conta nomeadamente a concorrência num segmento em que são inúmeras as propostas, o espaço da bagageira limitado e uma performance algo lenta, nomeadamente enquanto não se atingem níveis de rotações mais elevados.

Quem não está familiarizado com esta tecnologia poderá questionar (e esta pergunta foi-nos efectivamente feita durante o ensaio) se este é um veículo elétrico ou não e a verdade é que não se podendo dizer que é um elétrico “puro”, mas pode de facto funcionar como tal, sendo que nos poupa a preocupação de o carregar, desaparecendo com isso a possível ansiedade relacionada com a autonomia, embora, naturalmente, seja preciso manter o depósito de combustível devidamente abastecido para que não paremos a meio dos nossos percursos, afinal como um carro dito “normal”. Depois, durante a condução, o sistema de travagem regenerativa entra em funcionamento para recuperar energia e carregar a bateria ao longo da viagem.

Para um total controlo e uma condução ainda mais elétrica, podemos aumentar a recuperação de energia do Honda HR-V selecionando o modo de condução B e ajustando o nível de intensidade de desaceleração através das patilhas situadas atrás do volante. Conseguimos deste modo viagens mais confortáveis com os modos de condução escolhidos de acordo com a nossa conveniência, e, um dado sem súvida importante, garantindo com isso uma sempre interessante economia de combustível com uma condução agradável e sem esforço.

E porque quando conduzimos com a família a bordo, nomeadamente os mais pequenos, as preocupações de segurança estão sempre presentes, será importante dar conta que este Honda HR-V vem equipado com a tecnologia Honda Sensing capaz de reconhecer sinais de trânsito e condições de condução com antecedência, evitando potenciais perigos. O sistema de assistência à manutenção na faixa de rodagem, o sistema de travagem atenuante de colisões e o limitador inteligente da velocidade são alguns dos recursos disponíveis.

Eficiência nos consumos e emissões reduzidas

Em resumo, estamos perante um Honda HR-V 1.5 HEV Elegance que se apresenta como um SUV híbrido sólido com muito a oferecer, uma boa escolha para quem procura um veículo que seja bom para o meio ambiente e para o bolso, pela eficiência nos consumos e emissões particularmente reduzidas. Afinal, no momento da opção de compra por um SUV híbrido compacto, é importante considerar as suas necessidades bem como, naturalmente, o seu orçamento, mas se está à procura de um veículo eficiente nos consumos, confortável e bem equipado, o Honda HR-V 1.5 HEV Elegance apresenta-se como uma opção interessante. Ainda assim, se tem um particular interesse num modelo com maior espaço na bagageira ou níveis de potência mais elevados, poderá ter que continuar no mercado e das respectivas propostas disponíveis.

Resta dar conta que este Honda HR-V, com o equipamento da unidade testada — Ar condicionado automático; bancos aquecidos (frente), limpa-vidros automático com sensor de chuva; sensores de estacionamento (dianteiros e traseiros); volante em pele, faróis em LED; sistema inteligente de acesso e arranque sem chave, bancos mágicos; câmara traseira de auxílio ao estacionamento; jantes 18" em liga leve; Honda Connect with Navigation (ecrã tátil 9'', AM/FM/DAB, Apple CArPlay e Android Auto, live traffic info) — tem um preço de venda ao público de 36.900 euros, para um veículo que permite cinco anos de garantia sem qualquer limite de quilómetros percorridos. Será que lhe despertámos a curiosidade para o ir pelo menos conhecer num contacto directo? Faça isso e depois dê-nos conta do que viu...

ensaio: Jorge Reis