Partir para o testdrive de um Honda Jazz, na sua variante Black Edition 1.5 HEV Elegance, logo depois de termos rodado com os dois SUV da marca nipónica, nomeadamente o HR-V e o CR-V, em ensaios de que o LusoMotores já lhe deu conta, colocava este utilitário da Honda, mesmo que não o quiséssemos, em comparação com os seus “companheiros de marca”. E se é verdade que não podíamos esperar o mesmo nível de espaço a bordo, prestações e até conforto, por estarmos perante um modelo do segmento de entrada na marca com uma vocação muito mais citadina e menos estradista, também foi verdade que as expectativas foram superadas por este Honda Jazz, um automóvel lançado na sua variante híbrida em 2022, nesta edição equipado com um pacote de equipamento particularmente preenchido.

Com um motor híbrido de 1,5 litros com 109 cv, este Honda Jazz com transmissão automática continuamente variável (CVT) e tração dianteira, equipa jantes de liga leve de 15 polegadas (pneus 185/60R15 88H), sistema de navegação por satélite, sistema de som premium JBL, bancos dianteiros aquecidos e ventilados, painel de instrumentos digital de sete polegadas e um ecrã tátil para o sistema de informação e entretenimento com nove polegadas onde podemos conectar os nossos smartphones usem eles o Apple CarPlay ou o Android Auto. Sistema de controlo de velocidade cruzeiro adaptativo, sistema de travagem de emergência autónoma, aviso de saída de faixa e reconhecimento de sinais de trânsito são ainda valências que encontrámos neste Honda Jazz Black Edition 1.5 HEV, um carro confortável e luxuoso que oferece uma boa combinação de desempenho e eficiência, nomeadamente nas performances mas também em termos de consumo combustível, conforto e espaço interior.

Desde logo fica a ideia de estarmos perante uma boa escolha para quem procura um carro que seja prático, económico e capaz de permitir uma condução agradável mesmo no meio do tráfego urbano de uma grande cidade como Lisboa onde nem sempre é agradável passar algum tempo no meio das filas de trânsito com o incontornável pára-arranca. Certo é que com o nível de equipamento particularmente completo a bordo, conseguimos mitigar o cansaço provocado pelo trânsito num automóvel afinal confortável e capaz de oferecer muito mais espaço interior do que aquele que temos perceção a partir da simples observação a partir do exterior.

Confortável e ágil no tráfego urbano

Avançando então para a condução, o Honda Jazz Black Edition 1.5 HEV Elegance rapidamente mostrou-se como um carro suave e confortável, dotado de uma suspensão bem ajustada e capaz de absorver bem as irregularidades da estrada. Depois, com uma direção leve e responsiva rapidamente nos permite uma fácil adaptação aos requisitos do trânsito urbano, nomeadamente nas manobras em cidade nas quais se revela um automóvel ágil, capaz de uma boa aderência em curva para uma condução previsível e sem surpresas menos agradáveis, mesmo quando exageramos um pouco mais.

E se é verdade que este Honda Jazz não é propriamente um automóvel desportivo — um dia destes vamos trazer aqui o Civic Type R e aí sim falaremos de  um verdadeiro desportivo entre as propostas da Honda —, é ainda este citadino um automóvel dotado de um motor generoso em termos de prestações que fornece aceleração suficiente para ultrapassagens e outras necessidades, revelando ainda assim uma boa capacidade de travagem quando necessário. Confortável e suave, consegue ainda assim dar resposta às necessidades de maior dinamismo pela sua agilidade.

Indo ao encontro daquilo que a marca nipónica promete quando nos propõe este Honda Jazz, é mesmo verdade que este automóvel citadino revela-se capaz de oferecer uma elevada habitabilidade para um veículo com pouco mais de quatro metros de comprimento e uma excelente visibilidade. Depois, um dos muitos talentos escondidos consiste no seu sistema híbrido bastante eficiente que proporciona um consumo de combustível bastante baixo. Depois, no habitáculo, o sistema de bancos mágicos e os múltiplos compartimentos de arrumação garantem mais eficiência e versatilidade na gestão do espaço. Exemplo disso é a capacidade da bagageira que, em minutos, pode ser ampliada até 1.205 litros. Há ainda o que a Honda aponta como uma das novidades neste híbrido renovado que é a sua capacidade de reboque até 500kg, para quem precisa de espaço extra.

Já em relação à motorização, este renovado Honda Jazz híbrido surge equipado com mais potência e eficiência, mantendo as baixas emissões, resultado da tecnologia inteligente i-MMD. O motor elétrico evoluiu de 109 CV para 122 CV e o motor de combustão passou de 98 CV para 107 CV. A transmissão automática foi revista de forma a permitir uma condução mais suave.

Com espaço, comodidade e desempenho

Em resumo, estamos perante um automóvel bem equipado e com boa eficiência em termos de combustível que oferece uma boa combinação de espaço, comodidade e desempenho, sendo por isso uma boa escolha para quem procura um veículo eletrificado para uma maior eficiência no consumo de combustível, e que para além disso seja prático e económico.

A sua missão no mercado não é fácil até porque a par desta proposta da Honda existem diversas propostas de outras marcas para o mesmo segmento, desde o Toyota Yaris, Ford Fiesta, Hyundai i20, Kia Rio, Peugeot 208, Renault Clio, Mazda 2, Suzuki Swift, Seat Ibiza ou Volkswagen Polo, todos com propostas híbridas em termos de motorizações.

E como em todos os seus concorrentes, também no Honda Jazz acabámos por dar conta de alguns detalhes a melhorar, nomeadamente no sistema de infoentretenimento algo lento, no conforto para quem viaja no banco traseiro nomeadamente se for preciso ali transportar três adultos, e no preço deste citadino, proposta na versão testada por 29.500 euros, um valor que surge naturalmente agravado pelo nível de equipamento mais completo que transporta.

Ainda assim, ficámos com a convicção de estarmos perante um automóvel bem projetado e melhor equipado, capaz de oferecer uma boa combinação de espaço, comodidade e desempenho, eficiente ao nível do consumo — conseguimos igualar o valor de 4,5 litros a cada 100 quilómetros de consumo prometido pela marca para este modelo em circuito combinado —, sem esquecer os cinco anos de garantia sem limite de quilometragem, tendo passado no ensaio do LusoMotores com distinção.

Jorge Reis