Renault 374Ao contrário do ditado popular segundo o qual em equipa que ganha não se mexe, a Renault mexeu no campeão Clio, deu-lhe roupagem GT e tornou-o ainda mais atraente e interessante . Para um modelo que tem sido líder nas vendas em Portugal, a aposta foi permitir-lhe a capacidade de um apelo ainda mais emotivo, para um automóvel que, em termos meramente racionais, era já uma proposta convincente, mas que ganha uma maior juventude aliada a uma imagem desportiva que nem por isso o torna menos acessível... antes pelo contrário!

A exemplo daquilo que a Renault já tinha feito com o Mégane, a aposta passou por criar num conjunto de equipamento e opções e criar não um pack para aplicar ao Renault Clio, mas antes numa versão própria deste modelo. Nasce assim o Clio GT, ou mais propriamente o Renault Clio GT Line, um modelo que não pretende ser um Clio R.S., mas ter ainda assim a capacidade de se destacar pelo espírito jovem, pelos equipamentos tecnológicos, pelas qualidades dinâmicas e por uma forte imagem desportiva.

Ao longo de vários dias de ensaio permitidos à equipa do LusoMotores, facilmente demos connosco a conviver com este modelo de uma forma apaixonada, pela capacidade que possui de transmitir a sua imagem desportiva às próprias prestações, com toda a qualidade do Renault Clio, um modelo que, afinal, dispensa grandes apresentações. Com a inspiração no Clio R.S. naturalmente presente em vários pormenores estéticos, no exterior e no interior, consegue o Clio GT Line ser ainda assim uma proposta económica e acessível, disponível a partir de 17.180 euros, no mercado a partir de agora quando se assinalam os 25 anos do Clio.

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Uma história de sucesso com 25 anos

Em 1990, há 25 anos, um quarto de século, o Clio assumiu o legado de um dos mais emblemáticos e bem-sucedidos modelos da história da indústria automóvel – o incontornável Renault 5. Ao longo deste período e independentemente das gerações (Clio I em 1990, Clio II em 1998, Clio III em 2005 e Clio IV em 2012), o Clio conquistou o estatuto de referência do segmento B, assente num design moderno que nunca deixou de evoluir, no espaço interior bem como no conforto, também na fiabilidade e na economia, ainda naquilo que se poderá definir como a democratização de equipamentos de segmentos superiores e, claro, em um sem número de versões, desde os mais excêntricos e irrequietos Renault Sport, até aos familiares berlina e Sport Tourer, terminando nos comerciais ligeiros.

A história de sucesso do Renault Clio é igualmente comprovada pela frieza dos números: em 25 anos, só em Portugal foram vendidos quase 425.000 unidades do Clio, "arriscando-se" a actual geração deste modelo a chegar ao final de 2015 – e pelo terceiro ano consecutivo! – como o automóvel preferido do mercado português.

Assente nesta história de sucesso, o Clio volta a evoluir para, neste ano em que se comemora o quarto de século do modelo, aparecer no mercado nacional a versão GT Line, para já ainda apenas disponível na berlina mas que irá ser permitido ao mercado também na variante Sport Tourer já no primeiro trimestre de 2016.

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A inspiração evidente no exclusivo Clio R.S. é fácil de verificar logo a partir do primeiro contacto visual com este Clio GT Line. Os pára-choques dianteiro e traseiro são em tudo idênticos, havendo ainda depois pormenores específicos como as jantes GT em liga leve, de 16 polegadas (17” como opção). Os espelhos retrovisores laterais em prateado, a ponteira de escape em cromado, a assinatura GT Line no portão traseiro e as luzes diurnas num formato específico são alguns dos detalhes que marcam a imagem desta aposta da Renault, uma imagem bem mais "musculada" comparativamente com o Clio dito "normal".

Referência ainda do Renault Clio GT Line, através da qual pode ser facilmente identificado, terá que ser feita à cor específica azul malte, exclusiva neste modelo, e que promete ser a imagem de marca desta variante do Clio no mercado. Depois, linhas exteriores marcadas pelo carácter dinâmico e diferenciador do Clio GT Line, são acompanhadas no habitáculo por um ambiente igualmente desportivo. Mal se abre a porta da frente sobressai a soleira da porta, em metal, com a inscrição “Renault Sport”. Os bancos dianteiros impressionam pelos apoios laterais e os encostos de cabeça têm a mesma assinatura: “Renault Sport”. O volante GT Line em couro e a alavanca da caixa de velocidades são específicos da versão num modelo em que, como não poderia deixar de ser, os pedais são em alumínio.

Ainda no habitáculo, marcado pelas tonalidades cinza, mas também pelas inserções de cromados e de preto brilhante, destaque para equipamentos como o ar condicionado automático, o regulador e limitador de velocidade, os sensores de chuva e luminosidade, a câmara de ajuda ao estacionamento traseiro (em opção) e o sistema multimédia Media Nav (R-Link com personalização GT Line em opção). Um sistema multimédia com navegação e ligação à Internet, rádio com bluetooth, telefone mãos livres e entrada USB surgem também disponíveis no Clio GT Line.

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Motores económicos com provas dadas

Apesar de, em 2016, estar prevista a chegada do motor 1.5 dCi de 110cv associado a uma caixa de seis velocidades, o Renault Clio GT Line começa por estar disponível nesta altura de lançamento com dois motores distintos, mas com potências e desempenhos em comum. Estamos assim perante um bloco diesel e outro a gasolina, ambos capazes de propor uma potência de 90cv para valores de consumo e emissões de CO2 que prometem ser referência na categoria, mas sem prejuízo das performances e do prazer de condução.

Sobre o conhecido motor Energy 1.5 dCi 90, destaque para o facto de incorporar o conjunto de tecnologias da família Energy (sistema Stop & Start, EGR de baixa pressão e gestão térmica, entre outras) que contribuem para os recordes de consumo anunciados pelo construtor de 3,2 litros a cada 100 quilómetros percorridos em ciclo misto, para emissões de CO2 também recorde de apenas 82g/km. Estes valores, aliás, são referência no segmento, num bloco com 90 cavalos e com um binário de 220 Nm, disponível a partir das 1.750 rpm. Depois, e para além de estar disponível associado a uma caixa manual de 5 velocidades, este motor estará também disponível com a caixa automática de dupla embraiagem EDC.

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Já em relação ao Energy TCe 90, trata-se do já conhecido motor a gasolina de três cilindros turbo de 899 cc de cilindrada. Com um turbo de baixa inércia, reivindica 90 cavalos e 135 Nm de binário às 2.500 rpm, com 90% disponível entre as 1.650 e as 5.000 rpm. Ou seja, números que uma vez mais os responsáveis do construtor francês apontam para os valores que anunciam como consumos de referência de 4,7 litros a cada 100 quilómetros em ciclo misto, e emissões de CO2 de apenas 105 gramas por quilómetro.

Perante toda esta realidade, resta dar destaque ao derradeiro factor que pode determinar a decisão de compra que é o preço desta versão GT Line do Renault Clio, um modelo que surge no mercado disponível a partir dos 17.180 euros e, tal como acontece com os restantes modelos da gama Renault, permitindo cinco anos de garantia contratual ou 100 mil quilómetros percorridos.

Todos estes argumentos irão permitir finalizar a decisão de compra para a grande maioria dos potenciais interessados na aquisição deste modelo. Contudo, aos que ainda assim não se afirmem convencidos, resta seguir o caminho que a equipa do LusoMotores trilhou e avançar para o tradicional testdrive, disponível para o Clio GT Line através de qualquer concessionário deste construtor, uma acção que, defendemos, deve sempre ser feita para este ou qualquer outro modelo, na Renault ou em qualquer outro construtor automóvel.

ensaio: Jorge Reis
fotos: ©Renault

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