Max Verstappen – actual Campeão do Mundo em título – venceu pela segunda vez consecutiva no presente campeonato e pela segunda vez na carreira em Baku, Azerbaijão, feito apenas antes conseguido pelo seu ex-colega de equipa, Sergio Pérez. O triunfo do neerlandês é ainda mais notável se considerarmos que conseguiu um “Grand Slam”, adjectivo dado a quem consegue na mesma prova a pole position, a volta mais rápida na corrida e a liderança desta desde a largada até à bandeira de xadrez.
Depois de uma caótica sessão de qualificação em que a bandeira vermelha foi agitada por seis vezes – um recorde na modalidade –, Verstappen conseguiu a ‘pole’ com quase meio segundo de vantagem sobre Sainz, e manteve o domínio ao longo de toda a corrida, nunca largando o primeiro posto. Desde a pausa de Verão no calendário de Fórmula 1, nenhum outro piloto conquistou tantos pontos quanto o neerlandês, que marcou 68 em 75 possíveis. Este número é especialmente relevante quando comparado com os dois primeiros classificados do Mundial de Pilotos – Piastri e Norris -, que nas últimas três corridas apenas fizeram 40 e 24 pontos, respectivamente.
Assim, Verstappen soma agora 255 pontos no Mundial de Pilotos e ocupa o terceiro posto, com menos 69 e 44 pontos que o primeiro e segundo classificados, Piastri e Norris – respectivamente. Já quanto aos pilotos da McLaren, Piastri – actual líder do Mundial de Pilotos – teve um fim-de-semana para esquecer: não foi além da nona posição na qualificação e acabou por embater violentamente num separador da pista ainda na primeira volta da corrida. Assim, o australiano não somou qualquer ponto, num traçado em que havia vencido na época transacta.
Já o também piloto da McLaren e rival de Piastri no Campeonato – Lando Norris – teve uma óptima oportunidade para encurtar a distância para Piastri depois da péssima sessão de qualificação do australiano, mas não foi além do sétimo posto, somando apenas seis pontos. Piastri continua com 324 pontos, mais 25 do que o seu colega de equipa, Norris, numa luta que se antevê intensa até ao fim da época. A título de curiosidade, caso Norris tivesse ganho esta corrida com Piastri em segundo, o piloto britânico teria conseguido mais sete pontos que o australiano, que assim viu Norris recuperar apenas seis pontos na luta pelo Mundial de Pilotos.
Qualificação atribulada
ajudou às surpresas na corrida
Em grande evidência esteve Carlos Sainz, que depois de conseguir o segundo lugar na sessão de qualificação, manteve um bom ritmo de corrida, apenas perdendo uma posição para George Russell, terminando no terceiro lugar, e conquistando 15 valiosos pontos para a Williams. Com este resultado, o espanhol subiu seis posições na tabela classificativa, e ocupa agora o décimo segundo lugar com 31 pontos.
Já o décimo terceiro lugar do Mundial de Pilotos é ocupado por Liam Lawson, que também esteve em destaque este fim-de-semana depois de conseguir o terceiro lugar na qualificação. O rookie neozelandês – que luta por um lugar na Racing Bulls na próxima época – teve uma prestação bastante sólida e terminou no quinto posto, à frente de Tsunoda que o substituiu na Red Bull no início da época.
Ainda a propósito do piloto japonês, conseguiu o melhor resultado na presente temporada, somando oito importantes pontos para a Red Bull na luta pelo segundo posto no Mundial de Constructores. Por fim, destaque ainda para Kimi Antonelli que terminou no quarto posto e conquistou 12 pontos, algo que não acontecia desde o primeiro Grande Prémio da época, na altura em Melbourne, Austrália.
Festa da McLaren adiada
por mais duas semanas
A escuderia britânica podia ter revalidado o título de Construtores este fim-de-semana, bastando para o efeito conseguir mais nove pontos do que a Ferrari. Contudo, o abandono prematuro de Piastri deixou em mãos uma tarefa hercúlea para Norris. O piloto britânico até terminou à frente de Hamilton e Leclerc, oitavo e nono classificados – respectivamente -, mas registou exactamente os mesmos pontos que a dupla dos tiffosi, adiando assim os festejos da McLaren para o GP de Singapura. A equipa ‘papaia’ tem 623 pontos, mais 333 que a segunda classificada, Mercedes.
Já a luta pelo segundo lugar parece estar ao rubro, num fim-de-semana em que a Mercedes ultrapassou novamente a Ferrari, depois das boas prestações de Russell e Antonelli. A equipa germânica tem 290 pontos, mais quatro pontos do que os tiffosi. Também a Red Bull parece querer intrometer-se nesta luta – a equipa de Milton Keynes teve uma clara melhoria de desempenho nas últimas corridas, e soma agora 272 pontos, estando apenas a 18 do segundo posto ocupado pela Mercedes.
O quinto lugar parece estar entregue à Williams que tem sido a ‘best of the rest’, e voltou a marcar bastantes pontos através da grande prestação de Sainz que terminou no terceiro lugar. A equipa britânica soma 101 pontos, mais 29 do que a sexta classificada, Racing Bulls. E foi precisamente a Racing Bulls que voltou a conseguir pontuar com ambos os pilotos – Lawson e Hadjar – e ‘descolar-se’ da Aston Martin e da Sauber na luta pela sexta posição. O último lugar é ocupado pela Alpine que voltou a não somar qualquer ponto este fim-de-semana.
Max Verstappen dominou
do princípio ao fim em Baku
Nem uma volta se havia completado ao traçado de Baku, e já o safety car fora chamado à pista, por ocasião de um incidente a envolver o actual líder do Mundial de Pilotos – Piastri. O piloto da McLaren, que perdeu várias posições no começo da corrida após um ‘falso arranque’, acabou por bloquear os pneus num ponto de travagem e embateu violentamente num separador da pista. O australiano deu, assim, continuidade a um fim-de-semana para esquecer, onde acabaria por abandonar a corrida ainda antes de estar completa a primeira volta. Também Alonso teve um começo de corrida atribulado, o veterano piloto espanhol arrancou antes de tempo e acabou penalizado em cinco segundos.
A corrida acabaria por recomeçar na volta cinco, e Verstappen manteve a liderança. Mais atrás, Norris – rival directo de Piastri na luta pelo Mundial de Pilotos – acabou por perder uma posição para Leclerc, passando assim a ocupar o nono posto. Mais tarde, tanto Leclerc como Norris acabariam por ganhar uma posição a Hadjar, ascendendo assim ao sétimo e oitavo lugares, respectivamente. Mais à frente no pelotão, Russell acabaria por ultrapassar Tsunoda à passagem da volta dez, passando para o quinto posto.
Na volta 17, Albon calculou mal o espaço para ultrapassar Colapinto, acabando por tocar no monolugar do argentino e despistá-lo. O piloto tailandês da Williams viria a ser penalizado em dez segundos pelo incidente. Também por esta altura – no pelotão da frente – Antonelli seria o primeiro piloto a parar na box para colocar um novo composto de pneus duros, com o intuito de ir até ao fim da corrida. Isto permitiu ao seu colega de equipa – Russell – ascender ao quarto posto, atrás de Lawson. Na volta seguinte, foi a vez de Leclerc parar na box – também para colocar pneus duros – tendo a Ferrari o objectivo de fazer undercut à McLaren, já que Norris seguia bastante perto do monegasco.
À passagem da volta 21, foi a vez do terceiro colocado – Lawson – parar na box. Esta decisão provou-se acertada por parte da Racing Bulls, já que – apesar do undercut da Mercedes – Lawson saiu do pit lane à frente de Antonelli. Ainda assim, o rookie neozelandês acabaria por não conseguir manter a posição, e foi ultrapassado pelo italiano na recta da meta, à passagem da volta 22.
O surpreendente segundo colocado da corrida – Sainz – acabaria por parar na box na volta 28, para colocar um novo jogo de pneus duros. Esta decisão da Williams veio no seguimento da aproximação de Russell ao piloto espanhol, na luta pelo segundo lugar. Também por esta altura, Leclerc ia pressionando Lawson, numa luta que poderia vir a dar o quinto lugar, assim que todos os pilotos completassem o pit stop obrigatório.
Norris – rival de Piastri pelo Mundial de Pilotos – acabaria por parar na box, à passagem da volta 38, mas uma paragem lenta por parte da McLaren, acabariam por fazer com que o britânico saísse do pit lane atrás de Leclerc, no oitavo posto. Na volta seguinte, seria a vez de Tsunoda parar para colocar pneus médios e, embora tenha saído do pit lane à frente de Lawson, o japonês acabou por sucumbir ao DRS do neozelandês e ser ultrapassado na recta seguinte.
George Russell – na altura, segundo classificado da corrida – pararia na box à passagem da volta 41, para colocar um novo jogo de pneus médios, e conseguiu sair do pit lane à frente de Sainz, conservando assim o segundo lugar, e ‘empurrando’ o espanhol para o último lugar do pódio.
Ainda na volta 41, Norris acabaria por ultrapassar Leclerc na recta da meta, ascendendo assim ao sétimo lugar, numa altura em que era imperativo ganhar posições para encurtar a distância pontual para o seu colega de equipa e rival directo – Piastri, que havia abandonado a corrida logo na primeira volta. A corrida de Leclerc acabaria por piorar, já que – na volta 43 – o monegasco perdeu mais uma posição, desta feita para o seu colega de equipa, Hamilton.
Nas últimas voltas da corrida, acabou por se formar um ‘DRS train’ atrás de Lawson, formado por Tsunoda, Norris, e Hamilton. Apesar das sucessivas tentativas, Norris não conseguiu ultrapassar Tsunoda – já que o japonês usufruiu de DRS nas rectas – e acabou por terminar na sétima posição.
Confira com o LusoMotores a classificação final do Grande Prémio do Azerbaijão em Fórmula 1:
Pos. | Piloto | Equipa | Tempo |
1 | Max Verstappen | Red Bull | 1h33m26s408 |
2 | George Russell | Mercedes | +14.609s |
3 | Carlos Sainz | Williams | +19.199s |
4 | Kimi Antonelli | Mercedes | +21.760s |
5 | Liam Lawson | Racing Bulls | +33.290s |
6 | Yuki Tsunoda | Red Bull | +33.808s |
7 | Lando Norris | McLaren | +34.227s |
8 | Lewis Hamilton | Ferrari | +36.310s |
9 | Charles Leclerc | Ferrari | +36.774s |
10 | Isack Hadjar | Racing Bulls | +38.982s |
11 | Gabriel Bortoleto | Sauber | +67.606s |
12 | Oliver Bearman | Haas | +68.262s |
13 | Alexander Albon | Williams | +72.870s |
14 | Esteban Ocon | Haas | +77.580s |
15 | Fernando Alonso | Aston Martin | +78.707s |
16 | Nico Hulkenberg | Sauber | +80.237s |
17 | Lance Stroll | Aston Martin | +96.392s |
18 | Pierre Gasly | Alpine | +1 Volta |
19 | Franco Colapinto | Alpine | +1 Volta |
DNF | Oscar Piastri | McLaren | – |
Confira, ainda, a classificação do Mundial de Pilotos e do Mundial de Construtores, agora que estão cumpridas 17 corridas das 24 do calendário de Fórmula 1 para 2025.
Pos. | Piloto | País | Equipa | Pontos |
1 | Oscar Piastri | AUS | McLaren | 324 |
2 | Lando Norris | GBR | McLaren | 299 |
3 | Max Verstappen | NED | Red Bull | 255 |
4 | George Russell | GBR | Mercedes | 212 |
5 | Charles Leclerc | MON | Ferrari | 165 |
6 | Lewis Hamilton | GBR | Ferrari | 121 |
7 | Kimi Antonelli | ITA | Mercedes | 78 |
8 | Alexander Albon | THA | Williams | 70 |
9 | Isack Hadjar | FRA | Racing Bulls | 39 |
10 | Nico Hulkenberg | GER | Sauber | 37 |
11 | Lance Stroll | CAN | Aston Martin | 32 |
12 | Carlos Sainz | ESP | Williams | 31 |
13 | Liam Lawson | NZL | Racing Bulls | 30 |
14 | Fernando Alonso | ESP | Aston Martin | 30 |
15 | Esteban Ocon | FRA | Haas | 28 |
16 | Pierre Gasly | FRA | Alpine | 20 |
17 | Yuki Tsunoda | JPN | Red Bull | 20 |
18 | Gabriel Bortoleto | BRA | Sauber | 18 |
19 | Oliver Bearman | GBR | Haas | 16 |
20 | Franco Colapinto | ARG | Alpine | 0 |
21 | Jack Doohan | AUS | Alpine | 0 |
Pos. | Equipa | Pontos |
1 | McLaren | 623 |
2 | Mercedes | 290 |
3 | Ferrari | 286 |
4 | Red Bull | 272 |
5 | Williams | 101 |
6 | Racing Bulls | 72 |
7 | Aston Martin | 62 |
8 | Sauber | 55 |
9 | Haas | 44 |
10 | Alpine | 20 |
A próxima prova do Mundial de Fórmula 1 ocorrerá daqui a duas semanas em Singapura. Esta será a décima oitava prova de 2025, e tem partida agendada para as 13H do dia 5 de Outubro.