Morning-Midas-overflight-June-4-2025

Navio com mais de três mil automóveis continua a arder no Pacífico Norte

Continua em chamas no Oceano Pacífico e já terá sido dado como totalmente perdido o navio Morning Midas, ainda na sequência de um incêndio que deflagrou a bordo no passado dia 3 de Junho. O navio, com uma carga composta por 3.048 veículos automóveis produzidos na China, dos quais 751 são apontados como sendo elétricos ou híbridos, pegou fogo quando se encaminhava para o México, tendo os seus 22 tripulantes sido resgatados sem ferimentos, ao mesmo tempo que o navio era abandonado e deixado à deriva, com a sua carga considerada como perdida.

Este incidente reacende as preocupações sobre a segurança do transporte de veículos elétricos, principalmente se nos lembrarmos de outro incidente idêntico, em Fevereiro de 2022, com o “Felicity Ace”, um navio cargueiro que transportava cerca de 4.000 veículos do Grupo Volkswagen (incluindo Porsches, Bentleys, Lamborghinis, Audis e Volkswagens) da Alemanha para os EUA. Nesse navio, o incêndio deflagrou em Fevereiro de 2022, ao largo dos Açores, no Oceano Atlântico, e após vários dias em chamas e à deriva, e apesar dos esforços de combate ao fogo, o navio acabou por afundar a 1 de março de 2022, fora da zona económica exclusiva portuguesa.

Na época, este incidente gerou grandes prejuízos para as seguradoras e levou a discussões sobre a segurança e os protocolos para o transporte marítimo de veículos elétricos. Algumas marcas, nomeadamente a Lamborghini, tiveram que retomar a produção de modelos que já estavam fora de linha para substituir os carros perdidos.

Agora, dez dias decorridos sobre o início do incêndio a bordo do Morning Midas, o navio ainda não afundou, mas continua a arder e o seu destino é incerto. Fotos aéreas recentes da Guarda Costeira dos EUA mostram que o fogo se alastrou por múltiplos decks de carros e que o calor intenso causou danos extensos na fuselagem do navio. Há muito fumo visível e a pintura exterior do navio acusa em várias áreas o calor excessivo a bordo devido à intensidade do fogo.

O navio foi abandonado pela tripulação e está à deriva no Oceano Pacífico, a cerca de 218 milhas a sul da ilha Amatignak, no Alasca, dentro da zona económica exclusiva dos EUA. Sabe-se ainda que a empresa responsável pela gestão do navio, Zodiac Maritime, contratou a Resolve Marine para liderar as operações de salvamento, tendo um primeiro rebocador de salvamento chegado ao local durante o dia de ontem, 9 de Junho. A possível utilização de um segundo rebocador com capacidade de combate a incêndios pesados e reboque está ainda a ser equacionada.

Apesar do incêndio contínuo, as observações mais recentes indicam que o navio mantém a estabilidade e, até ao momento, não há sinais visíveis de poluição na água. No entanto, relatórios anteriores mencionaram que a popa do Morning Midas estava mais baixa na água e que um rasto de óleo podia ser visto, embora as últimas informações oficiais sejam mais tranquilizadoras quanto à poluição.

Certo é que o destino final do Morning Midas e da sua carga (mais de 3.000 veículos, incluindo centenas de veículos elétricos e híbridos) continua incerto, sendo a prioridade o controlo do fogo e garantir a segurança do navio e do meio ambiente. A possibilidade de afundar o navio, tal como aconteceu em 2022, não está descartada, especialmente se o fogo continuar a comprometer a integridade estrutural do casco.

Tal como no caso do “Felicity Ace”, a natureza das baterias de iões de lítio dos veículos elétricos a bordo torna o combate a este tipo de incêndio particularmente desafiador, uma vez que estas podem entrar em “fuga térmica” e reacender-se repetidamente, o que leva a que a carga do Morning Midas seja desde já considerada como perdida.

Restará dar conta que o Morning Midas navega sob a bandeira da Libéria, tendo partido do porto de Yantai, na China, no dia 26 de Maio, uma cidade em que está instalada uma fábrica da SAIC Motor, um grande construtor automóvel chinês. Antes disso, fez escala em outros portos chineses como Nansha e Xangai, tendo como destino final o porto de Lázaro Cárdenas, no México.

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