Após 113 dias, Max Verstappen voltou a pisar o degrau mais elevado do pódio de uma corrida de Fórmula 1, ao vencer o Grande Prémio de Itália, em Monza. O neerlandês, que partiu de ‘pole’ e bateu o recorde de volta mais rápida na história categoria na qualificação, venceu de forma convincente no ‘Templo da Velocidade’ e somou 25 pontos.
Com este triunfo, o Campeão do Mundo em título – que ocupa o terceiro posto no Mundial de Pilotos – dilatou a vantagem face a George Russell (194), e tem agora mais 36 pontos que o britânico.
Esta vitória terá sido especialmente saborosa para a Red Bull, não apenas por ter sido a primeira de Laurent Mekies como chefe de equipa, mas porque neste mesmo circuito no ano passado havia terminado na sexta e oitava posições – Verstappen e Pérez, respectivamente – a mais de meio minuto da liderança, na altura, de Charles Leclerc. Desta vez, foi precisamente a Red Bull a ‘aplicar’ semelhante tratamento à concorrência, já que Verstappen terminou com quase 20 segundos de vantagem sobre Norris, numa época em que a McLaren tem sido claramente dominante.



E, falando precisamente sobre a McLaren, Lando Norris – que terminou em segundo lugar na corrida – conseguiu diminuir em três pontos a desvantagem face ao actual líder do Mundial de Pilotos e seu colega de equipa – Oscar Piastri. Ainda assim, o segundo lugar de Norris na corrida esteve em risco, após uma paragem mais demorada na box que permitiu a Piastri ultrapassar o britânico. Algumas voltas mais tarde, a McLaren pediu ao australiano que devolvesse a posição a Norris, tendo Piastri acedido ao pedido da sua equipa. Assim, o piloto nascido e criado em Melbourne soma agora 324 pontos, mais 31 que o seu colega de equipa, Norris (293).
Circuito de Monza recebeu
tiffosi da Ferrari em delírio
A ‘correr em casa’ – e apesar das sessões de treinos livres bem conseguidas – os tiffosi não foram além do quarto e sexto lugares de Charles Leclerc e Lewis Hamilton, respectivamente. Os pilotos da Ferrari ocupam o quinto e sexto lugares no Mundial de Pilotos – Leclerc com 163 pontos, mais 46 que o seu colega de equipa, Hamilton (117). Certo é que o ambiente criado à volta de toda a estrutura da Ferrari foi bem especial, porventura ímpar se pensarmos na forma como qualquer outra escuderia é recebida seja em que circuito de F1 espalhado pelo Mundo.
No que toca ao Mundial de Constructores, a McLaren reforçou a sua liderança ao somar mais 33 pontos – tendo agora 617 – e parece ser uma questão de tempo até a escuderia britânica poder revalidar o título. Já a luta pela segunda posição parece estar ao rubro, numa altura em que a Red Bull voltou a subir de forma e encurtou a distância para as segundas e terceiras classificadas – Ferrari e Mercedes, respectivamente.



A escuderia austríaca tem agora 239 pontos, menos 21 que a Mercedes (260) e 41 que a Ferrari (280). Destaque, ainda, para a luta pela sexta posição – actualmente ocupada pela Aston Martin (62) – que parece prometer disputa acérrima até ao fim da época, já que a Racing Bulls (61) e a Sauber (55) pontuaram novamente, e estão agora somente a um e sete pontos de diferença, respectivamente, da equipa sediada em Silverstone.
Verstappen vence e convence
no ‘Templo da Velocidade’
Ainda antes do começo da corrida, Hulkenberg viu-se obrigado a abandonar o GP de Itália, devido a um problema hidráulico no seu Sauber. Assim, somente 17 carros partiram da grelha de partida em Monza, já que Hadjar e Gasly tiveram de iniciar a corrida a partir do pit lane, devido a alterações realizadas nos componentes dos seus monolugares.
O início da corrida esteve envolto em polémica, já que Verstappen – que partia de ‘pole’ – teve de utilizar uma escapatória da pista na curva 1, para evitar contacto com Norris. Os comissários de corrida entenderam que a manobra do neerlandês foi ilegal, instruindo o piloto da Red Bull a devolver o primeiro posto a Norris. Logo atrás, a luta também esteve bastante animada entre o vencedor do ano transacto – Leclerc – e o actual líder do Mundial de Pilotos – Piastri. A disputa pelo terceiro lugar estava de tal forma intensa, que, à passagem da terceira volta, a distância do terceiro classificado, Leclerc, para o segundo, Verstappen, já era de cerca de três segundos.




À passagem da volta quatro, Verstappen reconquistou a liderança da corrida ao ultrapassar Norris na primeira chicane do traçado de Monza. Este mesmo ponto do circuito voltou a ser destaque, desta feita na volta seis, quando Piastri, com auxílio do DRS, conseguiu ultrapassar Leclerc e ascender ao terceiro posto. Também por esta altura, Hamilton ia fazendo uma incursão no pelotão, tendo ganho quatro posições em apenas sete voltas. Na volta nove, os comissários de corrida atribuíram uma penalização de cinco segundos a Ocon, por forçar Stroll a sair da pista.
A ‘dança’ dos pit stops iniciou-se na volta 18, quando Bearman parou na box para colocar um novo jogo de pneus. A Red Bull respondeu imediatamente e ‘chamou’ Tsunoda ao pit lane para realizar uma mudança nos seus pneus. Seguiram-se Bortoleto e Alonso, sendo que a eficiência dos mecânicos da Aston Martin permitiu ao asturiano ultrapassar o rookie brasileiro no pit lane. Ainda assim, volvidas cinco voltas, o experiente piloto espanhol teve um problema na suspensão do seu monolugar, vendo-se obrigado a abandonar a corrida.
No pelotão da frente, apenas Russell parou na box – na volta 27 – para colocar um novo jogo de pneus duros no seu Mercedes W16. Também por esta altura, os engenheiros da McLaren questionavam os seus pilotos – Norris e Piastri – acerca da possibilidade de estender a primeira stint e parar mais tarde na box.
À passagem da volta 34, foi a vez da Ferrari ‘chamar’ Leclerc à box para a primeira paragem do monegasco. O overcut da escuderia italiana foi bem-sucedido, já que Leclerc saiu do pit lane à frente de Russell que havia parado sete voltas antes. O líder da corrida, Verstappen, parou na volta 37 para colocar um novo jogo de pneus duros, permitindo a Norris voltar a ascender à liderança da corrida, tendo o britânico ainda que realizar uma paragem obrigatória na box. Na volta seguinte, foi a vez de Hamilton parar para colocar um novo conjunto de pneus duros, restando – do pelotão da frente – somente os pilotos da McLaren por realizar os seus pit stops.
A bandeira amarela foi agitada à passagem da volta 41, após Sainz e Bearman colidirem na entrada da segunda chicane do traçado de Monza. Esta foi a segunda corrida consecutiva em que o piloto espanhol da Williams esteve envolvido num incidente do género, ainda que os comissários de corrida tenham entendido que a culpa foi de Bearman, atribuindo uma penalização de dez segundos ao rookie britânico.
Ordens de equipa de novo
em destaque na McLaren
As movimentações na box da McLaren ocorreram na volta 45, quando a escuderia britânica instruiu o – na altura – segundo classificado da corrida, Piastri, a parar para colocar um novo jogo de pneus macios. Na volta seguinte, foi a vez de Norris parar para colocar um novo conjunto de pneus, mas o britânico terá motivos de queixa, já que uma paragem lenta por parte da McLaren fez com que saísse do pit lane atrás do seu colega de equipa e rival na luta pelo Mundial de Pilotos, Piastri.



Algumas voltas mais tarde, o engenheiro de Piastri – Tom Stallard – pediu ao australiano que devolvesse a posição a Norris aludindo ao GP da Húngria no ano transacto, em que o piloto britânico fez uma cedência similar. Piastri consentiu, e Norris voltou a subir ao segundo lugar da corrida. Esta sequência de pit stops da McLaren permitiram a Verstappen ascender novamente à liderança da corrida, de onde não mais saiu até ver a bandeira axadrezada no ‘Templo da Velocidade’.
Confira com o LusoMotores a classificação final do Grande Prémio de Itália em Fórmula 1:
Pos. | Piloto | Equipa | Tempo |
1 | Max Verstappen | Red Bull | 1h13m24s325 |
2 | Lando Norris | McLaren | +19.207s |
3 | Oscar Piastri | McLaren | +21.351s |
4 | Charles Leclerc | Ferrari | +25.624s |
5 | George Russell | Mercedes | +32.881s |
6 | Lewis Hamilton | Ferrari | +37.449s |
7 | Alexander Albon | Williams | +50.537s |
8 | Gabriel Bortoleto | Sauber | +58.484s |
9 | Kimi Antonelli | Mercedes | +59.762s |
10 | Isack Hadjar | Racing Bulls | +63.891s |
11 | Carlos Sainz | Williams | +64.469s |
12 | Oliver Bearman | Haas | +79.288s |
13 | Yuki Tsunoda | Red Bull | +80.701s |
14 | Liam Lawson | Racing Bulls | +82.351s |
15 | Esteban Ocon | Haas | +1 Volta |
16 | Pierre Gasly | Alpine | +1 Volta |
17 | Franco Colapinto | Alpine | +1 Volta |
18 | Lance Stroll | Aston Martin | +1 Volta |
DNF | Fernando Alonso | Aston Martin | – |
DNS | Nico Hulkenberg | Sauber | – |
Em jeito de curiosidade, convém ainda referir que esta foi a corrida mais rápida da história da Fórmula 1, com uma velocidade média de 250,71km/h, batendo o anterior recorde de Michael Schumacher em 2003 neste mesmo traçado.
Confira, ainda, a classificação do Mundial de Pilotos e do Mundial de Construtores, agora que estão cumpridas 16 corridas das 24 do calendário de Fórmula 1 para 2025.
Mundial de Pilotos
Pos. | Piloto | País | Equipa | Pontos |
1 | Oscar Piastri | AUS | McLaren | 324 |
2 | Lando Norris | GBR | McLaren | 293 |
3 | Max Verstappen | NED | Red Bull | 230 |
4 | George Russell | GBR | Mercedes | 194 |
5 | Charles Leclerc | MON | Ferrari | 163 |
6 | Lewis Hamilton | GBR | Ferrari | 117 |
7 | Alexander Albon | THA | Williams | 70 |
8 | Kimi Antonelli | ITA | Mercedes | 66 |
9 | Isack Hadjar | FRA | Racing Bulls | 38 |
10 | Nico Hulkenberg | GER | Sauber | 37 |
11 | Lance Stroll | CAN | Aston Martin | 32 |
12 | Fernando Alonso | ESP | Aston Martin | 30 |
13 | Esteban Ocon | FRA | Haas | 28 |
14 | Pierre Gasly | FRA | Alpine | 20 |
15 | Liam Lawson | NZL | Racing Bulls | 20 |
16 | Gabriel Bortoleto | BRA | Sauber | 18 |
17 | Oliver Bearman | GBR | Haas | 16 |
18 | Carlos Sainz | ESP | Williams | 16 |
19 | Yuki Tsunoda | JPN | Red Bull | 12 |
20 | Franco Colapinto | ARG | Alpine | 0 |
21 | Jack Doohan | AUS | Alpine | 0 |






Mundial de Construtores
Pos. | Equipa | Pontos |
1 | McLaren | 617 |
2 | Ferrari | 280 |
3 | Mercedes | 260 |
4 | Red Bull | 239 |
5 | Williams | 86 |
6 | Aston Martin | 62 |
7 | Racing Bulls | 61 |
8 | Sauber | 55 |
9 | Haas | 44 |
10 | Alpine | 20 |
A próxima prova do Mundial de Fórmula 1 ocorrerá daqui a duas semanas em Baku, Azerbaijão. Esta será a décima sétima prova de 2025, e tem partida agendada para as 12H do dia 21 de Setembro.