O Zoe nasceu bem porque é, na essência, o primeiro projeto da Renault para a quarta geração do Clio que acabou guardado numa prateleira antes de ser, rapidamente, resgatado para materializar a oferta de um Clio eléctrico. Por via disso, tem um bom comportamento, uma habitabilidade decente e materiais de qualidade próxima do Clio. Nasceu com um motor síncrono elétrico com 90 CV e foi sendo evoluído no que toca à autonomia com mais capacidade. Começou com 22 kWh e tem agora uma capacidade de 41 kWh, o que significa que a autonomia cresceu dos 210 para os atuais 400 km, homologado debaixo do método NEDC.
FICHA TÉCNICA RENAULT ZOE Potência | 90 CV Autonomia | 400 km Preços |a partir de €27.510 |
Com esta autonomia – que na realidade se cifra em cerca de 300 km – a angústia da falta de carga de bateria é bem menor, embora haja uma diferença fundamental entre este Renault Zoe e um Renault Clio: se no segundo basta parar na área de serviço e em cinco minutos está o carro atestado e o combustível pago, o primeiro obriga, no mínimo, à perda de uma hora para recuperar 80% da carga da bateria. Se carregar em casa são, no mínimo, 30 horas para ficar com a bateria totalmente carregada. Ora, esta diferença é fundamental para percebermos que a mobilidade eléctrica é interessante, porém, ainda não é substituto do tradicional motor de combustão interna.
Para além destes constrangimentos com a recarga da bateria, a mobilidade eléctrica não autoriza, pelo menos nestes modelos, velocidade muito elevadas. O Zoe não vai além dos 135 km/h, pois mais velocidade é exaurir rapidamente as baterias. Aliás, o painel de instrumentos digital está, constantemente, a lembrar-nos que devemos ter uma condução mais “verde”, ou seja, nada de exageros com o acelerador e manter uma regeneração razoável para ir alargando a autonomia.
Apesar disso, o Zoe quando estica as pernas revela-se um carro veloz e com uma aceleração muito interessante. Depois, como foi um carro pensado para a mobilidade convencional, aproveita muito bem a localização das baterias no fundo do carro para ser ágil em estradas sinuosas com um comportamento quase desportivo que acaba traído pelos pneus de baixo atrito que cedem mais depressa que o desejado quando nos apoiamos no eixo dianteiro. Fica a nota do euro necessário para cumprir uma centena de quilómetros...
texto: José Manuel Costa
(Consilcar Magazine #03)
Um utilitário com autonomia alargada e um preço competitivoé a proposta da Renault que se transformounum sucesso entre as ofertas de mobilidade eléctrica |