A piloto portuguesa Elisabete Jacinto (MAN) terminou, esta sexta-feira, na terceira posição entre os camiões a 10.ª etapa do Africa Eco Race, mantendo assim o terceiro lugar na geral da categoria e o 14.º posto da classificação conjunta com os automóveis.
Cumprida em torno de Akjoujt, a especial contou com 379 quilómetros cronometrados feitos em pistas de areia e com muitas travessias de dunas. A equipa Oleoban imprimiu um ritmo consistente que lhe permitiu ultrapassar com eficiência os obstáculos do traçado, tendo terminado atrás do russo Anton Shibalov, da formação Kamaz, líder da prova, e do Tatra de Tomas Tomecek, o vencedor do dia.
A formação lusa precisou de 6h47m55s para completar o percurso da tirada desta sexta-feira, que se revelou bastante complicado, uma vez que a maior parte do traçado da especial era dominado por dunas com areia muito mole.
“Antes de sairmos para a etapa tínhamos noção que, possivelmente, este seria o percurso mais difícil de todo o rali. E assim foi. A primeira parte foi muito rápida e fizemos vários quilómetros sem problemas. Mas, assim que chegámos às dunas, ficámos logo enterrados. Com alguma perícia tirámos o camião e continuámos a andar o mais rápido que podíamos. Entretanto, a certa altura, optei por subir uma duna que não tinha rastos e o camião ficou preso na crista da duna. Fartámo-nos de cavar e demorámos imenso tempo para sair dali. Depois, como a pressão dos pneus era demasiado baixa, o pneu saiu da jante e lá estivemos nós parados durante mais um bocado. Quando finalmente nos preparávamos para sair percebemos que o amortecedor de direcção tinha deixado de funcionar. Ou seja, hoje tivemos uma sucessão de problemas que nos atrasou bastante e não nos deixou evoluir mais na classificação final”, relatou Elisabete Jacinto.
Para a equipa lusitana este rali tem sido bastante difícil, no entanto, Elisabete Jacinto não esmorece e mantém os olhos postos no pódio dos camiões: “Sinto que melhoro a cada ano em que participo nesta competição, mas a potência do nosso camião não é suficiente para avançar nos pisos arenosos da Mauritânia e é muito complicado fazer melhor. Ainda assim, amanhã vamos partir num lugar de pódio para a última especial que entra na classificação do rali”.
“Estamos mesmo muito contentes porque estamos perto de cumprir os nossos objectivos, mesmo depois de já termos passado por tantas adversidades. A prova tem sido muito dura e é a resolução dos problemas que nos vão afectando a cada etapa que ditam a nossa classificação no final”, concluiu a experiente piloto de todo-o-terreno.
Com este resultado e num momento em que falta apenas disputar uma etapa pontuável, uma vez que a especial do Lago Rosa é extra classificação, o trio português mantém o 14.º lugar da classificação conjunta e está em terceiro entre os camiões, logo atrás do checo Tomas Tomecek. O Kamaz pilotado por Anton Shibalov continua a liderar a categoria T4.
A 11.ª etapa da oitava edição do Africa Eco Race disputa-se este sábado, assumindo-se como o último sector selectivo cumprido em solo mauritano e também a derradeira especial pontuável desta grande maratona africana. Neste dia, a travessia das dunas não oferecerá grandes dificuldades aos concorrentes, que vão cumprir 208 quilómetros cronometrados entre Akjoujt e Fimlit.
Após a tirada, a comitiva terá ainda uma ligação de 340 quilómetros até ao bivouac, que estará instalado em Saint Louis, no Senegal. No final do dia, as classificações ficam definidas e estarão encontrados os grandes vencedores de mais um Africa Race.