A piloto portuguesa Elisabete Jacinto mostrou-se satisfeita com a sua prestação até ao momento na oitava edição do Africa Eco Race, que teve este domingo o seu dia de descanso em Dakhla, cidade costeira situada no sul de Marrocos, antes de entrar na Mauritânia.
A equipa Oleoban aproveitou este dia perto da praia, onde as temperaturas rondaram os 20 graus, para recuperar as energias bem como para rever a mecânica do MAN TGS de competição pilotado por Elisabete Jacinto. O dia serviu também para ajustar as estratégias para as próximas etapas, uma vez que a prova vai agora entrar nas difíceis pistas da Mauritânia, que normalmente são sempre as mais complicadas para a formação lusa devido aos traçados onde predominam as dunas de areia mole.
O trio composto por Elisabete Jacinto, José Marques e Marco Cochinho tem estado em destaque nesta competição pela consistência e fiabilidade que tem apresentado desde o início. A equipa lusa começou o Africa Eco Race 2016 no quarto lugar entre os camiões, posição que manteve até à quarta tirada, na qual conseguiu sobressair ao ser a segunda mais rápida entre os camiões. Mesmo perante a forte concorrência que tem enfrentado – como os dois Kamaz, um dos quais pertencente ao vencedor do ano passado, o russo Anton Shibalov, o Scania de Miklos Kovacs e o Tatra de Tomas Tomecek, que já venceu por três vezes esta competição -, a formação portuguesa mostrou toda a sua competitividade ao imprimir um andamento eficaz que lhe permite assegurar, ao final de uma semana de prova, o terceiro posto entre os camiões e a 12ª posição da classificação geral.
Apesar de se ter defrontado com algumas adversidades, Elisabete Jacinto fez, este domingo, um balanço positivo da prova: “Estamos à beira da praia, o que é bastante agradável e permite recuperar do stress deste últimos dias. Já ultrapassámos metade do rali, em Marrocos, onde tentámos andar sempre depressa. No entanto, as etapas marroquinas são sempre demolidoras e tivemos que gerir bem a corrida para tentar poupar um pouco o material. Mas, estamos satisfeitos com a nossa prestação e partimos para a Mauritânia numa boa posição que vamos tentar manter até ao fim”.
Na entrada nas pistas da Mauritânia, Elisabete Jacinto reconheceu as dificuldades que terá até ao fim do rali: “A Mauritânia tem sido o nosso «Adamastor», por assim dizer, uma vez que é sempre muito difícil ultrapassar as dunas de areia mole que compõe maior parte do traçado. Fazemos votos que a sorte esteja do nosso lado. Gostava muito de terminar o rali no pódio, mas sei que não vai ser fácil porque o rali é grande e ainda há muito para andar”.
A presente edição do Africa Eco Race é, para já, liderada pelo cazaque Kanat Shagirov, na classificação conjunta auto camião, enquanto o russo Anton Shibalov, da equipa Kamaz, segue na frente da categoria T4 e é o segundo classificado à geral, numa altura em que foram já cumpridas cinco das 12 etapas que compõem este evento.
Nesta segunda-feira, a caravana tinha saída de Marrocos prevista para as 05:00, devendo efectuar uma longa ligação de 438 quilómetros até à fronteira que separa Marrocos da Mauritânia. A especial da sexta etapa será inteiramente cumprida em solo mauritano. O sector selectivo, de 174 quilómetros cronometrados, começa em Boulanouar e termina em Chami, sendo disputado em trilhos arenosos e rápidos, onde a navegação se prevê particularmente difícil e exigente.