O piloto belga Thierry Neuville, aos comandos de um Hyundai i20, venceu este domingo o Rallyi de Monte Carlo, assumindo assim a liderança do Campeonato do Mundo de Ralis — WRC — no final desta que foi a primeira prova do calendário.
Neuville concluiu as 17 especiais com o tempo de 3h09m30s9, superante o francês Sébastien Ogier, em Toyota Yaris, na segunda posição a apenas 16,1 segundos. No degrau mais baixo do pódio terminou o britânico Elfyn Evans, também ele em Toyota Yaris, em terceiro, a 45,2 segundos.
“Sinceramente, nem tenho palavras. Este fim de semana foi incrível e senti-me muito bem com o carro. Temos de continuar a trabalhar, mas estamos muito satisfeitos com este resultado”, frisou o piloto belga, o ‘eterno segundo’ classificado que, este ano, apresenta forte candidatura ao título. Thierry Neuville, que já desde 2020 que não liderava o WRC, garantiu assim o seu vigésimo triunfo em provas do Mundial de Ralis.
Por seu turno, Ogier, deixou os parabéns a Neuville pela vitória depois de um fim-de-semana que Ogier classificou como “uma montanha russa de emoções”, ele que sofreu o falecimento de um familiar na passada segunda-feira.
Monte Carlo feito com pneus macios
Pormenor sempre importante num Rali do WRC resultou da escolha de pneus, como fizeram questão de frisar os responsáveis da Pirelli no final da prova monegasca. Assim, no capítulo dos pneus, a versão macia do P Zero fez a diferença, mostrando-se versátil e confiável em todas as condições. Condições essas que contrariaram as expetativas, uma vez que as estradas se apresentaram maioritariamente secas. O supermacio teve seu trabalho dificultado, sendo utilizado principalmente em superfícies mais molhadas e em alguns trechos ocasionais com alguma geada. Já os pneus de inverno ficaram nas malas e nem marcaram presença no parque de serviço.
Transladar o evento mais para o interior, em comparação com as duas edições anteriores, aumentou as esperanças de assistirmos a um "tradicional rali de Monte Carlo", com neve e gelo misturados com secções de piso molhado e seco.
No entanto, o tempo e as temperaturas tiveram ideias diferentes, obrigando os pilotos a enfrentar as dificuldades de terem de encontrar aderência em superfícies que iam mudando, não apenas dentro da mesma secção, como até em etapas individuais, onde se verificou a existência de geada em alguns locais. Nestas condições, a combinação entre os pneus macio e supermacio foi a mais popular, sendo que o primeiro foi o mais utilizado em todos os dias do evento.
As etapas mais exigentes do ponto de vista dos pneus foram as PE3 e PE6, devido às superfícies abrasivas e as PE5 e PR 8, devido à geada presente nos traçados, algo que custou vários segundos a alguns pilotos.
E se na classificação do evento principal a luta foi constante, também no WRC2 a busca das melhores posições foi uma constante entre os pilotos em prova, com a vitória a ser atribuída a Yohan Rossel, que pilotou um Citroen C3 Rally2, à frente de Pepe Lopez, no seu Skoda Fabia RS Rally2.
Como ficou o Mundial...
Depois desta primeira prova do Mundial de Ralis, Thierry Neuville confirmou asssim os 18 pontos do final do dia de sábado aos sete por ter sido o líder no domingo e, ainda, mais cinco pela vitória na ‘power stage’, terminando a primeira prova do WRC com 30 pontos, mais seis pontos do que Sébastien Ogier e mais nove que Elfyn Evans, o terceiro classificado.
Entretanto, tendo em atenção o campeonato de construtores, a Toyota arranca a temporada na frente da classificação, com 46 pontos, um ponto à frente da Hyundai que soma 45 pontos. Na terceira posição surge a M-Sport Ford com apenas 12 pontos.
O Campeonato do Mundo de Ralis prossegue em Fevereiro, entre os dias 15 e 18, com o Rali da Suécia.