A Race2Recovery, equipa composta maioritariamente por soldados incapacitados, terminou com êxito as sessões de treino antes do início da edição de 2013 do Rali Dakar, em Janeiro .
O objectivo da equipa de completar um dos desafios mais exigentes da actualidade para o homem e a “máquina” tem como fim último angariar fundos para a “Tedworth House”, um centro de reabilitação para militares lesionados.
O grupo, patrocinado pela Land Rover e pela “Royal Foundation”, voou até Marraquexe para treinar num terreno similar ao que vai enfrentar na América do Sul, onde os participantes farão um percurso pelo Peru, Argentina e Chile, através de terrenos distintos: grandes e exigentes desníveis rochosos e dunas de areia. Este treino, proporcionado pela Land Rover, foi elaborado para melhorar as capacidades da equipa. Superaram percursos perigosos, conduziram através das dunas, fizeram exercícios de orientação e análise das diferentes respostas dos veículos, tudo isto vital para completar com êxito o trajecto do Dakar.
A poderosa equipa, composta por 11 membros, seguiu, durante oito horas, com os Land Rover Defender, em direcção a sudeste pelos cumes nevados do Atlas, desde Marraquexe até Ouarzazate. Depois, dirigiram-se para Foum Zguid, perto da fronteira com a Argélia, para mais tarde fazerem condução “off road”, desde os campos rochosos e escarpados até às dunas. Ali, prepararam o acampamento para passar a noite, em condições parecidas com as que vão enfrentar no Dakar, e aproveitaram para rever e preparar os seus veículos para o dia seguinte.
O especialista em condução “off road” Mark Cullum, que irá conduzir um camião de apoio T4 durante a corrida, foi o supervisor desta sessão de treino que incluiu condução pelos “mares de areia”, conhecidos na região como Ergs. Aproveitando a sua considerável experiência pessoal, ensinou a equipa a realizar a aproximação às dunas, a como identificar as que são de areia dura ou mole e a recuperar um carro que esteja atascado. Estas aulas também incluíram conselhos sobre a pressão ideal das rodas, de forma a maximizar a eficiência tendo em conta os diferentes tipos de terrenos.
Este treino permitiu também aos militares incapacitados perceber como variam as temperaturas e como a neve, a areia e o pó afectam drasticamente as suas próteses, incluindo os membros hidráulicos e outras partes móveis.
Mark Cullum afirmou que “o objectivo principal dum treino deste nível é que a equipa aprenda a desafiar-se nas mudanças de terreno, nos mares de areia e nas dunas, muito parecidas às que vão enfrentar na América do Sul”. “Também demos muita importância ao ensino da condução prudente e comedida, de forma a proteger o veículo, a equipa e também a maximizar o conhecimento mecânico apropriado para superar o Dakar”, acrescentou.
O capitão Tony Harris, cuja perna foi amputada abaixo do joelho, será o condutor de um dos quatro Defender Wildcats durante o Dakar. “Estas sessões deram-nos conhecimento, compreensão, e sobretudo a confiança para superar as adversidades que vamos enfrentar em Janeiro”, referiu Harris, concluindo: “Resta-nos apenas um mês antes do início do Dakar. Temos uma grande equipa e estamos convencidos que vamos ser a primeira equipa de incapacitados a terminar o Dakar”.
A equipa Race2Recovery começa a sua rota no Rali Dakar 2013 no próximo dia 5 de Janeiro e espera terminar a sua participação 20 dias depois, cruzando a meta depois de percorrer a totalidade do percurso da dura prova.