Num mercado que no mês de Junho reflectiu a evolução negativa que se tem
registado na economia, a Honda continua a registar uma vitalidade
invejável. Mesmo quando a evolução dos novos modelos, não é tão evidente
quanto parece.
Ao analisar os números da ACAP para os motociclos acima dos 50 cc de cilindrada, constatamos que a evolução negativa (8%) em Junho, contraria os números de vendas no primeiro semestre, em especial se avaliarmos os resultados da Honda. Com uma quota que ultrapassa ligeiramente os 23% do mercado e face aos valores de período homólogo, a marca japonesa evoluiu quase 77% no espaço de um ano.
É por demais evidente que esta evolução na marca
japonesa, segue a tendência do mercado que tem registado significativa
procura nas 125 cc, com particular destaque para as “scooter”. No
entanto e apesar do sucesso da única “scooter” que é apresentada com
sistema “start&stop”, a Honda coloca no mercado um novo modelo, com
menor cilindrada do que a PCX, sem caixa de velocidades como a Super Cub
ou inova e com preço diferente face à SH.
Numa altura em que a globalização continua a ser uma palavra quase milagrosa, os japoneses, decidiram construir na China e desta forma podem fazer frente aos coreanos, colocando no mercado a Vision 110 com um p.v.p de 1.799 € acrescidos das despesas.
Conjugação de conceitos
Disponível em cinco cores e com alguns acessórios
(opcionais) como o pára-brisas, a protecção de punhos, “top case” entre
outros, a Vision 110 é apresentada com alguns argumentos interessantes,
como por exemplo, ser a mais leve (102 kg) das “scooter” com jante 14” e
de acordo com o construtor, consumir menos de dois litros de gasolina
por cada 100 quilómetros percorridos. Outra das características deste
novo modelo está na travagem CBS-Combined Brake System (Sistema
Combinado de Travagem). Ao accionar a manete esquerda, trava o tambor
traseiro e parcialmente o disco dianteiro, enquanto na manete direita,
trava apenas o disco dianteiro.
Neste novo modelo a produzir na fábrica de Wuyang-China, na qual a Honda conta produzir sete modelos, os japoneses agregaram quatro itens importantes: o preço de aquisição, o consumo de combustível, o desenho e a funcionalidade.
Com a exportação prevista para 60 países, a Vision 110 – assim designada na Europa - poderá ser o primeiro modelo verdadeiramente global da marca japonesa, apesar de nos mercado asiáticos e japonês ter outras designações. Nestes, terá no entanto o benefício de contar com o motor ‘europeu’ Euro 3, conseguidos no bloco monocilíndrico a quatro tempos e com injecção de combustível. Refrigerado por ar, o motor debita no regime máximo de 8.000 rpm 6,2 kW (8,0 cv) e quanto a velocidade máxima, o número 110 é novamente utilizado.
Utilitária por conceito
Com menos de dois metros de comprimento total e
pouco mais de um metro de altura, a Vision 110 concede uma posição de
condução do tipo ‘banco de cozinha’ com as pernas e tronco a ficarem em
ângulo de 90º face ao assento, que está a um pouco menos de 80 cm do
solo. Em termos práticos, temos uma “scooter” estreita e leve, dotada de
espaços para arrumos no avental interior e com uma razoável capacidade
sob o banco, onde só os maiores capacetes integrais têm dificuldade em
caber.
No tocante às prestações do motor, não podemos
reconhecer brilhantismo nas acelerações ou reprises, mas nesta avaliação
há que contar com o peso (100 kg) de quem fez o contacto com a Vision e
com outra característica importante deste modelo! As razões que levarão
as pessoas a procurar a Vision 110, não serão certamente as acelerações
ou reprises. O nosso prognóstico aponta mais para um público-alvo mais
sensível ao preço final, às cores e ao facto de esta “scooter” ser fácil
de conduzir e de ter uma frente leve, sem se perder eficácia na
condução. Para estacionar, o factor leveza volta a ser importante com
102 kg pronta a andar e para quem não quiser o descanso central, pode
utilizar o lateral que tem outra funcionalidade. Quando está aberto o
motor não funciona, evitando assim os inconvenientes resultantes do
esquecimento.
Num breve passeio pelas ruas de Lisboa, constatámos um nível de conforto satisfatório e gostámos das protecções concedidas através do pára-brisas e punhos, ambos em plástico transparente. Uma nota final para a travagem, em nossa opinião eficaz quanto baste, mesmo tendo em conta que a traseira está confiada a um tambor. Em termos de consumos de combustível, não fizemos qualquer avaliação dos dados do construtor, mas há algo que podemos confirmar. A Vision 110 é silenciosa e as vibrações são pouco perceptíveis para quem conduz.
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