É com imenso prazer que inicío, no LusoMotores, uma colaboração através da publicação regular de crónicas de opinião. Espero que tenham paciencia de as ler!
Naturalmente que a minha primeira dificuldade, para além da própria escrita que está mesmo muito enferrujada, foi a de escolher o tema. E depois de umas primeiras tentativas, lembrei-me do tema pertinente, e de que tanto se fala, que é a junção do Campeonato de Portugal de Ralis com o Open de Ralis.
Devo dizer que, antes de concordar ou não, acho estranho esta decisão ter sido tomada nesta fase de “campeonato” e sobretudo por uma razão: se a ideia era evitar tão poucos concorrentes no Nacional (como aconteceu no Rali Casinos do Algarve), isso já tinha sido resolvido com a não obrigação de nomear provas para se pontuar (situação que nunca percebi porque existia!).
Se a ideia é juntar as duas competições para ter mais carros, isso concordo que vai acontecer, mas não na quantidade esperada, porque muita gente que participava no Open e que conseguia algum protagonismo irá dar-se conta de que isso agora vai deixar de acontecer.
Se a ideia é permitir que o Nacional tenha mais gente, não me parece, até porque nada estimula a participação no Nacional a concorrentes que já não faziam tenções de o fazer. Neste caso, sempre foi necessário alimentar o Nacional, mesmo no tempo das “vacas gordas”, limitando as participações sim mas nos Campeonatos de Iniciados e Promoção. E no fundo é aqui que está a questão, pois se se quiser falar de custos parece-me que é exactamente a mesma coisa.
Ou seja, pelo lado dos concorrentes não vejo benesses significativas nesta junção, ao invés das desvantagens. Já o mesmo não direi dos organizadores, sobretudo daqueles que têm provas em ambos os campeonatos. Esses sim deverão poupar alguns euros, pois os outros em nada são beneficiados. Aqui tenho de dar os parabéns a esse grupo de organizadores, que efectivamente conseguiram, a seu bem, ser os únicos a tirar os frutos da sua organização. Espero que mais entidades o consigam de futuro.
Nuno Rodrigues da Silva