Partindo para o Rali de Portugal como os principais favoritos num campeonato de pilotos particularmente disputado, Elfyn Evans e Rovanperä enfrentaram condições difíceis ao saírem para a estrada na frente do pelotão para a estrada, competindo-lhes limpar a estrada para os demais e terem que ser eles a enfrentar as primeiras armadilhas permitidas pela terra solta a poder valer um furo a qualquer instante. Depois do início cerimonial da noite de quinta-feira na cidade histórica de Coimbra, havia um total de oito classificativas a serem enfrentadas com emoção a rodos e competição a cada pedaço de estrada para gáudio do muito público que acompanhou a prova portuguesa do WRC neste primeiro dia “a sério”.
Num rali em que se sagrou vencedor na última edição, Kalle Rovanpera fez uma largada positiva, vencendo a terceira etapa do dia para encerrar a etapa matinal em segundo lugar da geral e a apenas três segundos da liderança que então estava entregue ao espanhol Dani Sordo, em Hyundai. Só que rapidamente Rovanpera assumiu a liderança com uma vitória na etapa SS5, fez novo tempo mais rápido na SS6 e chegou a 0,4 segundos de um hat-trick na SS7, onde, no entanto, aumentou a sua vantagem para dois dígitos. Depois da nova super especial da Figueira da Foz, que fechou o dia, a vantagem de Rovanpera é agora de 10,8s para Sordo.
Entrando na formação principal de três carros da equipa da Hyundai pela segunda vez nesta temporada, Takamoto Katsuta fez um início de dia encorajador e empatou com Rovanpera pela quarta posição após duas etapas. Infelizmente não conseguiu arrancar com a SS3 devido a um problema relacionado com o alternador, que já foi resolvido para que possa recomeçar amanhã. Já para Elfy Evans, foi um dia difícil ao ter que abrir a estrada, criando linhas mais limpas para os rivais seguirem.
Um bom tempo na SS3 significou que ele terminou a manhã em quinto lugar geral e a 20s da liderança, mas a volta da tarde seria mais difícil. Ele sairia da estrada na SS7, tanto Evans quanto o co-piloto Scott Martin felizmente estavam bem. A equipa irá inspecionar os danos ao carro quando ele for levado para o estacionamento esta noite.
Sentimentos contraditórios
Jari-Matti Latvala, o chefe da equipa da Toyota, começou por dar conta da forma como foi encarado o dia pelos seus pilotos: “Obviamente foi um dia de sentimentos contraditórios para nós. O grande ponto positivo tem sido o desempenho de Kalle. Pude sentir que sua motivação é muito alta para obter uma vitória. Ele talvez não estivesse completamente feliz no início desta manhã, mas foi capaz de ajustar a configuração do carro, encontrar a confiança e então ele estava voando pelo resto do dia.”
“Para Elfyn, sabíamos que hoje seria um trabalho difícil ser o primeiro carro na estrada. Ele ainda estava em uma boa posição depois da manhã, mas esta tarde foi mais difícil com estradas mais acidentadas e esburacadas e, infelizmente, ele sofreu um grande acidente na penúltima etapa. O mais importante é que ele e Scott estão bem. Também foi decepcionante que Takamoto tivesse que parar esta manhã, pois havia começado muito bem. Mas precisamos nos manter positivos e olhar para amanhã, onde as etapas não serão tão duras, mas onde você ainda precisa ser capaz de controlar os pneus”.
Já Kalle Rovanpera, ele que discutiu à décima de segundo com Dani Sordo a liderança da prova lusa, assume que a manhã não foi perfeita mas foi, ainda assim, “um dia muito bom”. “Esta manhã não foi perfeita, mas mudamos algumas coisas no carro para nos dar um pouco mais de precisão nas estradas rápidas, e depois disso a sensação melhorou e a tarde correu bem.”
“Acho que as etapas foram ainda mais difíceis do que o esperado; tem sido claramente muito seco aqui na preparação para o rali, então havia muitas pedras e lugares difíceis. Mas conseguimos muito bem, acho que fizemos uma corrida inteligente. É bom liderar depois de largar em segundo na estrada hoje e lutar pela vitória. Amanhã, nosso ponto de partida deve ser muito melhor e espero que possamos mantê-lo.”
Takamoto Katsuta foi um dos pilotos que não foi particularmente bafejado pela sorte pois teve que “administrar um problema desde o final da primeira etapa, mas ainda assim os tempos foram bons”. “Tentámos continuar o melhor que podíamos, mas indo para a terceira etapa, tudo parado e não podíamos recomeçar, então tivemos que terminar o dia lá. Foi uma pena, mas ainda temos a chance de pilotar os dois dias restantes nessas grandes etapas. Será difícil largar em primeiro na estrada amanhã, mas vamos tentar aproveitá-la e aprender algo para o futuro.”
A classificação no final deste primeiro dia do Rali de Portugal encontra-se assim estabelecida para os dez primeiros...
1 Kalle Rovanperä/Jonne Halttunen (Toyota GR YARIS Rally1 HYBRID) 1h22m27.7s
2 Dani Sordo/Cândido Carrera (Hyundai i20 N Rally1 HYBRID) +10,8s
3 Thierry Neuville/Martijn Wydaeghe (Hyundai i20 N Rally1 HYBRID) +26,0s
4 Pierre-Louis Loubet/Nicolas Gilsoul (Ford Puma Rally1 HYBRID) +26,9s
5 Esapekka Lappi/Janne Ferm (Hyundai i20 N Rally1 HYBRID) +27,3s
6 Ott Tänak/Martin Järveoja (Ford Puma Rally1 HYBRID) +1m04.7s
7 Oliver Solberg/Elliott Edmondson (Škoda Fabia RS Rally2) +3m48.2s
8 Gus Greensmith/Jonas Andersson (Škoda Fabia RS Rally2) +4m38.4s
9 Yohan Rossel/Arnaud Dunand (Citroën C3 Rally2) +4m48.4s
10 Andreas Mikkelsen/Torstein Eriksen (Škoda Fabia RS Rally2) +5m29.3s
Para amanhã, sábado, espera-se aquele que será, por certo, o dia mais duro do Rali de Portugal, desde logo porque será o mais longo em termos de classificativas a disputar, com 148,68 quilómetros competitivos. Estaremos assim perante uma volta repetida de três etapas que irá levar as equipas a nordeste do Porto e à serra da Cabreira, numa jornada em que se inclui a etapa mais longa da temporada até ao momento, Amarante (37,24 km), terminando o dia com outra superespecial no circuito de rallycross de Lousada marcada já para o final do dia de amanhã.